O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou hoje um recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, para enfrentar a subida de casos e mortes por covid-19 no país.
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« Este recolher obrigatório não deve ser entendido como um confinamento total ou ‘lockdown’, porque é uma restrição de movimentos que abrange apenas o período da noite », em que se têm verificado violações das recomendações sanitárias, justificou Nyusi.
A limitação geográfica da medida tem em conta que a região metropolitana de Maputo concentra a maioria dos casos, óbitos e internamentos por covid-19, sendo que, além da capital, o recolher obrigatório abrange os distritos adjacentes de Matola, Boane e Marracuene.
A restrição faz parte de um conjunto de 20 medidas anunciadas hoje numa comunicação à nação e que vão vigorar a partir das 00:00 de 05 de fevereiro por um período de 30 dias.
No essencial, são mantidas as restrições já em vigor no âmbito do estado de calamidade, reforçadas nalguns casos e ajustadas noutros.
Todo o comércio passa a ter de funcionar entre 09:00 e as 19:00 de segunda a sábado e até às 16:00 no domingo – sendo que restaurantes devem encerrar até às 20:00 todos os dias.
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Os locais de culto, celebrações religiosas, conferências e reuniões vão fechar, são interditos eventos sociais privados e a retoma das aulas presenciais fica adiada em todos os escalões de ensino.
No desporto, é suspenso o Moçambola após a 4.ª jornada (que se joga no próximo fim de semana) e são proibidos jogos recreativos e de escalões amadores.
Passam também a ser exigidas medidas para impedir aglomerações em locais de atendimento público, com responsabilização das chefias dos serviços, caso aconteçam.
O uso de viseira não dispensa o uso de máscara, que já é de uso obrigatório no espaço público.
« É hora de lutarmos pela nossa sobrevivência coletiva », destacou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado apelou ao cumprimento das medidas e a contrariar o medo que o contexto atual pode causar, referindo que esta « não é a hora » de divisões, mas de « procurar soluções ».
O Presidente moçambicano revelou que o país está a mobilizar recursos para adquirir mais vacinas, além das já previstas através do mecanismo internacional Covax, de que Moçambique faz parte.
Nyusi escusou-se a avançar mais detalhes, reservando-os para quando a medida puder ser anunciada, e referiu que a vacinação terá como ponto de partida « o pessoal de saúde e em risco de contágio ».
O chefe de Estado prometeu o reforço de camas de internamento, mais equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e testes rápidos nas urgências de maior volume, para encaminhamento mais célere de casos.