Covid-19: Sangue de curados trata pacientes na Itália

Hospital da Lombardia testa tratamento contra a Covid-19 à base de plasma de pessoas curadas do novo coronavírus.

O Hospital Policlínico de Pavia (HPP), na região da Lombardia, no norte da Itália, iniciou um tratamento experimental de plasmoterapia que utiliza o sangue de doentes curados após infecção pelo novo coronavírus para tratar os que se encontram em estado grave.  

O centro hospitalar pediu doações de sangue a quem tenha recuperado da Covid-19. Segundo jornais locais, os primeiros voluntários foram um casal de médicos que também foram os primeiros positivos do vírus naquele país.

« Trata-se de uma terapia que já foi utilizada com êxito contra a SARS e o ébola e que permite proceder em simultâneo a outras terapias », explicou o responsável da Imuno-hematologia do Policlínico de Pavia, Cesare Perotti, ao jornal local Il Ticino.

O procedimento consiste numa transfusão de sangue de um paciente já curado, que possua um « plasma hiperimune » com anticorpos contra a Covid-19. O tratamento está previsto para pacientes em casos graves. 

A plasmaterapia já foi caucionada pela delegação de médicos chineses de Wuhan que visitaram o hospital há duas semanas e que contribuíram com a sua experiência, ao referirem que testaram o método em mais de mil pacientes e obtiveram resultados positivos. 

As primeiras provas foram realizadas em cinco pacientes do HPP e quatro de um hospital em Mântua, também na Lombardia. O resultado das provas foi positivo, mas ainda não é possível certificar a eficácia da plasmoterapia para tratar o novo coronavírus devido ao número reduzido de tratamentos realizados até ao momento.

Milão é outra cidade da Lombardia que sofre com a pandemia. O crematório da cidade encerrou nesta segunda-feira (02), devido ao excesso de corpos. 

O principal crematório de Milão confronta-se « com um aumento progressivo de corpos que aguardam cremação », segundo os responsáveis do município, que indicaram ainda que o prazo de espera está em 20 dias.

No caso de aumento deste prazo, haveria « problemas de higiene e sanitários ». Os responsáveis indicaram que o crematório não aceitará mais corpos por um mês.

Mais de 2,1 mil milaneses morreram em Março, contra 1,2 mil no mesmo período de 2019. J á em Bérgamo outra cidade da Lombardia e a mais atingida da Itália os corpos foram transportados por camiões militares em direcção a outras regiões do país para serem incinerados. 

Na Itália, mais de 13 mil pessoas morreram infectadas pelo novo coronavírus. O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infectou um milhão de pessoas em todo o mundo e provocou 50 mil mortos.

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