Cinco anos depois, as selecções nacionais de basquetebol de Moçambique e Nigéria voltam a cruzar-se nos quartos-de-final do “Afrobasket”. Esta terça-feira, e depois de incertezas quanto à disponibilidade de atletas para o jogo com a Costa do Marfim, devido à falta de pagamento de subsídios, Moçambique venceu (70-48) e joga acesso às “meias” com as campeãs em título.
Nota prévia: no manto da desorganização organizada a que está votado o basquetebol moçambicano, de uns anos a esta parte, o selecionador nacional, Carlos Ibraimo Aik, lançou, no grupo da rede social WhatsApp, o grito de socorro poucas horas antes do duelo de acesso aos quartos-de-final diante da Costa do Marfim.
Aik escreveu uma mensagem na qual pedia para que a imprensa presente em Kigali, Ruanda, palco do Afrobasket 2023, relatasse os factos sobre os reais problemas que a selecção nacional está a atravessar, pelo que informara que apenas tinha disponíveis seis atletas para o referido embate (O país).
Tal alerta, na verdade, estava relacionado com o ambiente de “cortar a faca” no seio da selecção nacional devido ao facto de, horas antes do jogo, as atletas não terem recebido os valores referentes aos subsídios prometidos antes da partida para o Ruanda. Na véspera do arranque da prova, o seleccionador nacional havia sido forçado, pasme-se, a tirar dinheiro do seu bolso para pagar água e uma taxa para o jogo amigável com o Senegal.
ENTRAR BEM E BLOQUEAR
Na majestosa BK Arena, e com o alarme a soar na pátria Amada, a selecção nacional de basquetebol sénior feminino teve, no início do primeiro quarto, um boa abordagem ofensiva, e, defensivamente, soube fazer os ajustes. Com maior clarividência na quadra, controlou o primeiro quarto com o parcial de 21-7.
Fiel ao seu “metier”, Carlos Aik apostou num cinco constituído por Sílvia “Nana” Veloso, Stefânia “Papelão” Chiziane, Ingvild “Inga” Mucauro, Leia “Tanucha” Dongue e Tamara Seda.
O segundo quarto foi de todo mau. A selecção nacional de basquetebol bloqueou. A Costa do Marfim ajustou, defensivamente, e fez um parcial de 12-0.
Com 5:56 minutos por se jogar no segundo quarto, Moçambique ainda não tinha pontuado. Não havia, e este continua a ser o aspecto por melhorar. Com os ajustes feitos, a selecção nacional melhorou já a sua pontuação e, com 4: 23 minutos por se jogar, nesta etapa, a marcha do marcador indicava 22-22.
Sílvia Amadeu Veloso fez um “lay-up” e Moçambique fugiu para cinco pontos, 27-22, num período de jogo em que as “Samurais” procuravam ter mais consistência na quadra. No final do terceiro quarto, a equipa de Carlos Aik perdeu pelo parcial de 16-19, mas foi ao intervalo com vantagem de onze pontos: 37-26.
No terceiro quarto, e com 05:09 minutos por se jogar, o conjunto de Carlos Aik fugiu no marcador para a maior vantagem no jogo de 15 pontos: 46-31. As atletas já estiveram melhor, sobretudo, no jogo interior. E, no derradeiro quarto, e com rotação da equipa, Moçambique fez a gestão do jogo e assegurou a qualificação para os quartos-de-final. Com um duplo-duplo, Leia “Tanucha” Dongue liderou o combinado nacional, tendo sido secundada por Tamara Seda, que também terminou a partida com “double double”: 10 pontos e 11 ressaltos. Em termos globais, a selecção nacional concretizou 26 em 64 lançamentos de campo (40.62%), 1 em 14 tiros exteriores (14%), 17 em 29 lançamentos livres (14%).
Fonte: Jornal O país
- 01/08/2023
- 20:27