Em Cabo Verde: Airlines repatria 763 passageiros

A companhia cabo-verdiana realizou seis voos de repatriamento, com 763 passageiros, que incluíram 365 norte-americanos 62 cidadãos cabo-verdianos tendo tido sua actividade suspensa desde 18 de Março.

A suspensão da actividade comercial da Cabo Verde Airlines foi devido à pandemia de covid-19, disse o presidente da companhia.

Os números foram avançados pelo presidente e director executivo da Cabo Verde Airlines (CVA), Erlendur Svavarsson, acrescentando que nos dias 24 e 28 de Março, já com Cabo Verde encerrado a voos comerciais para o exterior, a companhia realizou dois voos de repatriamento entre a Praia e Boston (Estados Unidos), transportando 365 passageiros norte-americanos e regressando com um total de 62 cidadãos cabo-verdianos.

“Estes voos foram organizados pela Embaixada dos Estados Unidos em parceria com o Governo de Cabo Verde”, referiu Erlendur Svavarsson.

A companhia acrescenta que tem “estado envolvida em outros voos de repatriamento, organizados pelo Governo de Cabo Verde e pelas entidades diplomáticas dos respetivos países”, mantendo a “vontade de apoiar todas as autoridades governamentais a levar de volta cidadãos aos respectivos países de origem”.

Entre a ilha do Sal (Cabo Verde) e Fortaleza foram repatriados 109 cidadãos brasileiros, regressando daquela cidade brasileira com 39 cabo-verdianos. Foram ainda realizados voos entre o Sal e Lisboa, para repatriar 179 portugueses, e de regresso àquela ilha com nove cabo-verdianos.

A CVA suspendeu temporariamente todas as actividades de transporte em 18 de Março, por pelo menos 30 dias. Alguns destinos da companhia aérea foram vedados, preventivamente, como forma de contenção da pandemia. Além disso, por decisão do Governo cabo-verdiano, e pelo menos até 09 de Abril, estão proibidas as ligações aéreas oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil, deixando a transportadora sem actividade.

A companhia cabo-verdiana conta actualmente com 330 trabalhadores.

“A Cabo Verde Airlines está a avaliar as medidas governamentais de apoio às empresas e tomará as acções que considerar necessárias para proteger os seus colaboradores neste contexto difícil”, apontou Erlendur Svavarsson.

Cabo Verde entrou na segunda semana de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

Em 22 de Março, em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou que a CVA será uma das empresas objecto de medidas de apoio à economia e que a alienação dos 39% que o Estado ainda detém na companhia será adiada.

A propósito das consequências da pandemia da covid-19 no arquipélago, que já regista sete casos em três ilhas, com um óbito, e que se encontra fechado aos voos do exterior, Ulisses Correia e Silva recordou que a actividade de transportes aéreos “é das mais atingidas pela crise actual, a nível mundial”.

“Cabo Verde não é excecção. A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objecto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em Março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair. Durante o ano de 2019 avançou ainda a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro.

O novo coronavírus já infetou cerca de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 63 mil e 220 mil são considerados curados.


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