The most popular forms of the game are professional and college football

Futebol americano profissional feminino existe, mas custa caro para as atletas

Elas vestem seus equipamentos, capacetes e se submetem a pancadas brutais porque não se imaginam fazendo outra coisa, mesmo arriscando seu corpo e saúde, mesmo sem nenhuma compensação monetária. Na verdade, a maioria das mulheres que joga, têm que pagar do próprio bolso para praticar a modalidade.

As mulheres que jogam futebol americano são movidas única e exclusivamente pela paixão, não pelo dinheiro. Elas vestem seus equipamentos, capacetes e se submetem a pancadas brutais porque não se imaginam fazendo outra coisa, mesmo arriscando seu corpo e saúde, mesmo sem nenhuma compensação monetária. Na verdade, a maioria das mulheres que joga, têm que pagar do próprio bolso para praticar a modalidade.

As ligas de futebol americano femininas de tackle football (com contacto físico e equipamentos de protecção) estão ganhando visibilidade e credibilidade. Uma das principais ligas nos EUA, a Women’s Football Alliance tem 68 equipas que jogarão na temporada de 2019.

Portland Fighting Wave v Los Angeles Warriors LOS ANGELES, CA - 30 Junho: Jogadoras do LA Warriors erguem seus capacetes para o hino nacional.

As regras são similares ao futebol masculino, adaptadas do livro de regras da NCAA. A maioria das equipas treina 3 vezes na semana, começando em Janeiro e a temporada regular tem 8 jogos, que acontecem de Abril a Junho, e a pós temporada em Julho.

De acordo com Lisa King, a comissária da liga, cada equipa trabalha com orçamento de US$ 20mil por ano, e cada jogadora tem que pagar uma anuidade para fazer parte da WFA, que custa em torno de US$1 mil á US$2 mil por temporada. A filiação inclui seguro, bolas, filmagem dos jogos para as equipas poderem estudar e se preparar para as partidas, custos de viagem para os playoffs e campeonatos nacionais. Cabe as próprios equipas arcarem com os custos durante a temporada regular.

“A maioria dos equipamentos que utilizamos foram doados ou comprados no tamanho extra grande de criança para economizar dinheiro”, conta uma das jogadoras.

Para ajudar a arrecadar dinheiro, as equipas devem pagar uma taxa para jogar, que varia de acordo com a equipe, mas a maioria fica entre US$250 e US$800.  Adicionando custos de viagem e de equipamento e mais o preço que as mulheres têm que pagar para jogar, o custo aumenta ainda mais. Dependendo de onde a equipa joga, alugar um ónibus e hotel para todo mundo pode chegar a custos de muitos mil dólares.  Algumas equipas conseguem trabalhar de maneiras diferentes, conseguindo patrocinadores e fazendo eventos para levantar fundos, mas nenhuma jogadora ganha qualquer tipo de ajuda de custo das equipes.

Em um mundo ideal, as jogadoras deviam focar apenas em treinar, mas nesse cenário, elas devem se preocupar em conseguir dinheiro para jogar e a maioria das atletas tem um trabalho regular e/ou estudam. Além de todos esses gastos, tem o risco de potenciais lesões, que podem acabar com uma carreira e atrapalhar bastante a vida pessoal e profissional das atletas fora de campo.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, isso não significa que o futebol americano feminino nunca será profissionalizado e monetizado, afinal no começo da própria NFL, em 1920, não havia lucro nem salários. As ligas de futebol americano femininos estão activas por no máximo duas décadas, e nem sempre de maneira estruturada, então há muito o que evoluir.

Na Europa, o crescimento de mulheres que jogam futebol americano é de impressionar: actualmente, 21 países com mais de 200 equipas apenas de mulheres jogam a modalidade, todas sem qualquer tipo de ajuda monetária.