As sanções ocidentais contra Moscovo “ameaçam o mundo inteiro”, adverte o presidente russo num fórum económico centrado na Ásia.
É “impossível” para os países ocidentais isolar a Rússia apesar das sanções contra Moscovo, que representam uma “ameaça para todo o mundo”, disse na quarta-feira 7 de Setembro o Presidente russo Vladimir Putin. “Não importa o quanto algumas pessoas gostariam de isolar a Rússia, é impossível fazê-lo”, disse Vladimir Putin num fórum económico centrado na Ásia em Vladivostok (Extremo Oriente russo).
A nova pandemia de coronavírus “foi substituída por novos desafios globais, que ameaçam o mundo inteiro. Estou a referir-me à febre das sanções do Ocidente”, acrescentou ele.
O presidente russo denunciou a “recusa obstinada das elites ocidentais em ver os factos” e o “domínio elusivo dos Estados Unidos” ao impor pesadas sanções à Rússia na sequência da ofensiva na Ucrânia desde finais de Fevereiro. “Mudanças irreversíveis tiveram lugar em todo o sistema de relações internacionais”, observou ele. Apesar de uma barragem de sanções ocidentais, Vladimir Putin disse que a Rússia “não perdeu nada e não vai perder nada”. “Há alguma polarização em curso, mas penso que só será benéfica”, acrescentou ele.
O líder russo disse também: “Quase todos os cereais exportados da Ucrânia são enviados não para os países em desenvolvimento e os países mais pobres, mas para os países da União Europeia. “Isto pode levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes. Talvez devêssemos pensar em como limitar as exportações de cereais e outros produtos alimentares através desta rota”, continuou. “Irei consultar o Presidente turco (Recep Tayyip) Erdogan”, que patrocinou um acordo em Istambul para permitir a exportação de cereais ucranianos, acrescentou ele.
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As declarações surgem no meio de preocupações contínuas sobre a segurança alimentar global, que tem sido afectada pelas consequências do conflito na Ucrânia. O acordo de Istambul permitiu a retomada das exportações ucranianas de cereais, mas a Rússia queixou-se durante várias semanas de que as suas próprias exportações de alimentos estão a ser dificultadas por sanções ocidentais.
