Lomé, 17 de Julho de 2025 – A capital togolesa, à semelhança de outras cidades do interior do país, respira tranquilidade num dia eleitoral considerado sensível. As temidas manifestações promovidas pelo Movimento do 6 de Junho (M66) não se concretizaram e os cidadãos ocuparam-se das suas rotinas habituais. As forças de segurança estiveram presentes em todo o território, de forma visível, mas sem interferência direta, garantindo um ambiente de estabilidade.
Neste dia decisivo, os togoleses são chamados às urnas para eleger 1.527 conselheiros municipais em 117 comunas. Este momento reveste-se de particular importância no quadro do processo de descentralização iniciado em 2019, visto como um pilar para o desenvolvimento local sustentável.
A campanha eleitoral terminou oficialmente na véspera, à meia-noite, dando lugar ao período de silêncio eleitoral, amplamente respeitado pela população. Em bairros como Avedji, Bè, Gta, Hedzranawoe ou na zona do Porto Autónomo de Lomé, a vida segue o seu curso normal: mercados movimentados, lojas abertas e circulação fluida, ainda que menos intensa devido ao contexto político.
Nos antigos bastiões da oposição, nenhum incidente foi reportado. A ausência de tensão nas zonas tradicionalmente mais sensíveis contrasta com os receios que antecederam o dia do voto, amplificados pelos anúncios do M66, que prometia mobilizações nos dias 16 e 17 de Julho.
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Embora o ambiente seja calmo, a vigilância é notória. As forças da Fosem (Força de Segurança para as Eleições Municipais), que integram 12.000 efetivos entre polícias, militares e gendarmes, foram destacadas em todo o território nacional. Em Lomé, o seu posicionamento é discreto mas eficaz, especialmente nos pontos considerados estratégicos.
Patrulhas foram observadas em vários bairros, aumentando a sensação de segurança para muitos cidadãos, embora provoquem inquietação entre os mais desconfiados. Afinal, como recorda um observador internacional presente em Lomé, “as eleições em África raramente são momentos tranquilos por natureza”.
Prova de maturidade democrática
De acordo com o mesmo observador, o ambiente pacífico poderá ser mantido caso todos os atores políticos ajam com responsabilidade. A ausência de confrontos ou protestos violentos é um sinal encorajador para a realização de um escrutínio ordeiro e democrático.
Mais de 3 milhões de eleitores estão registados para votar hoje. O seu envolvimento será determinante não só para as decisões locais, mas também para a consolidação da paz e da democracia no país.
Tal como previsto por lei, as fronteiras terrestres do Togo estão encerradas durante o dia do sufrágio, como medida adicional para garantir a ordem pública. Este dia de votação representa, para muitos analistas, um teste crucial à maturidade das instituições democráticas togolesas e à capacidade da sociedade civil em manter um clima de estabilidade.