Os ministros da Defesa e do Ambiente do Gana morreram num acidente de helicóptero militar na região central de Ashanti, juntamente com outras seis pessoas, informou um porta-voz do governo.

O ministro da Defesa, Edward Omane Boamah, e o ministro do Ambiente, Ciência e Tecnologia, Ibrahim Murtala Muhammed, de 50 anos, faleceram no acidente que o Chefe do Estado-Maior, Julius Debrah, classificou como uma “tragédia nacional”.

Anteriormente, as Forças Armadas do Gana informaram que o helicóptero Z9, que transportava três tripulantes e cinco passageiros, desapareceu do radar.

A aeronave tinha partido da capital, Accra, às 09h12 (hora local e GMT) com destino à cidade de Obuasi, onde deveria participar num evento para combater a mineração ilegal.

Os corpos das oito vítimas já foram retirados dos destroços e levados para Accra num avião militar, conforme comunicado das Forças Armadas.

Imagens que mostram os restos carbonizados do helicóptero têm circulado nas redes sociais.

O presidente John Dramani Mahama suspendeu todas as suas atividades previstas para o resto da semana e decretou três dias de luto nacional a partir de quinta-feira, segundo comunicado do seu gabinete.

O governo, por meio do chefe de gabinete do presidente, ordenou que as bandeiras do país fossem hasteadas a meia-mastro, expressando condolências « aos militares que morreram em serviço ao país » em nome do presidente Mahama e do governo.

As autoridades ainda não confirmaram a causa do acidente. O exército ganês informou que uma investigação já está em curso.

Entre os mortos está também o Coordenador Nacional Adjunto de Segurança e ex-ministro da Agricultura, Alhaji Muniru Mohammed, assim como Samuel Sarpong, vice-presidente do partido governante Congresso Nacional Democrático.

Os tripulantes foram identificados como líder de esquadrão Peter Bafemi Anala, oficial voador Manin Twum-Ampadu e sargento Ernest Addo Mensah.

O ministro da Educação, Haruna Iddrisu, citado pela agência AFP, disse que o presidente Mahama estava “emocionalmente muito abalado”.

Boamah já tinha servido no governo anterior de Mahama como ministro das Comunicações e, antes disso, como ministro do Ambiente. Como ministro da Defesa, enfrentou a crescente atividade jihadista na fronteira norte, junto ao Burkina Faso.

Em 2022, uma ONG sediada na França, Promediation, revelou que grupos jihadistas recrutaram entre 200 e 300 jovens ganeses.

A violência na região também tem aumentado, com receios de que jihadistas tentem explorar conflitos entre comunidades rivais no norte do Gana.

Boamah tinha um livro prestes a ser lançado ainda este ano, intitulado “Um Homem Pacífico numa Democracia Africana”, sobre o ex-presidente John Atta Mills.

Muhammed liderava a luta contra a mineração ilegal de ouro, conhecida localmente como Galamsey, que tem destruído o meio ambiente e contaminado rios e lagos.

Os protestos contra essa prática atingiram o auge durante a campanha presidencial de Mahama no ano passado.