Copenhaga, Dinamarca – O governo da Dinamarca proibiu todos os voos civis de drones durante esta semana, antecipando a cimeira da União Europeia que se realiza na capital, anunciou o ministério dos Transportes no domingo.

Segundo o ministério, a medida foi tomada para “simplificar o trabalho de segurança” para a polícia, não podendo aceitar que drones estrangeiros criem incerteza e perturbação no espaço aéreo.

Nos últimos dias, a Dinamarca registou vários incidentes com drones, incluindo sobrevoos de instalações militares, com relatos mais recentes ocorrendo no sábado. Como resposta, os ministros da Defesa de dez países da UE concordaram em criar um “muro anti-drones”, enquanto a NATO anunciou “vigilância reforçada” no Báltico.

O ministério dos Transportes indicou ainda que a polícia se encontra em alerta máximo, garantindo a segurança de cidadãos e visitantes durante a cimeira. A proibição vigora até 3 de outubro, e a violação das regras pode levar a multas ou prisão até dois anos.

A Dinamarca, que atualmente preside o Conselho da UE de forma rotativa, regista incursões de drones desde 22 de setembro, que obrigaram ao encerramento temporário dos aeroportos de Copenhaga e Oslo. Outros aeroportos, como Aalborg e Billund, também tiveram de suspender operações devido a estas atividades.

As autoridades dinamarquesas ainda não identificaram os responsáveis, mas o ministro da Defesa classificou os episódios como um “ataque híbrido” dentro de uma operação sistemática. A primeira-ministra, Mette Frederiksen, admitiu que não se pode descartar a participação da Rússia, embora Moscovo rejeite qualquer envolvimento.

A Europa encontra-se em alerta elevado, após relatos de incursões russas em espaços aéreos de vários países membros da NATO. Estónia e Polónia solicitaram consultas com outros membros da aliança, após drones russos e aviões MiG31 violarem o espaço aéreo. Durante o fim de semana, Noruega e Roménia também registaram incidentes separados com drones, incluindo desvios de voos e observações perto de bases militares estratégicas.

A Roménia aprovou recentemente legislação que permite aos pilotos da força aérea abater aeronaves e drones não identificados, reforçando a capacidade de defesa contra ameaças aéreas.