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Internacional/Europa: Kremlin descarta cessar-fogo imediato na Ucrânia após negociações sem avanço em Istambul

O Kremlin afastou qualquer possibilidade de resolução a curto prazo do conflito armado na Ucrânia, após a realização de novas negociações entre delegações russas e ucranianas em Istambul, no início da semana, que terminaram sem qualquer acordo para pôr fim à guerra.

Apesar dos esforços diplomáticos, os diálogos pouco frutíferos levaram Kiev a apelar a Washington para intensificar as sanções contra Moscovo. A posição da Rússia, que mantém a superioridade no terreno, continua inflexível, recusando a proposta ucraniana de uma trégua incondicional — exigência que Moscovo considera como uma estratégia para que a Ucrânia se reorganize com o apoio dos seus aliados ocidentais.

« A Rússia precisa realmente sentir que continuar esta guerra terá consequências devastadoras », declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, através da sua conta oficial no Telegram, após mais um dia de ataques russos mortíferos.

Em resposta, Zelensky enviou o seu chefe de gabinete, Andriï Iermak, a Washington, onde se reuniu com o enviado norte-americano Steve Witkoff. Após o encontro, Iermak afirmou na rede social X que “só sanções severas poderão obrigar a Rússia a negociar com seriedade”, acusando Moscovo de manipular o processo de diálogo para evitar novas medidas punitivas por parte dos Estados Unidos.

Apesar do apelo ucraniano, o ex-presidente norte-americano Donald Trump recusou, para já, aplicar sanções adicionais, justificando que tal poderia prejudicar a possibilidade de um eventual acordo futuro.

Exigências continuam irreconciliáveis

Durante os encontros em Istambul, a Rússia voltou a recusar a proposta de um cessar-fogo incondicional de 30 dias, apresentada por Kiev com o apoio dos europeus. Em contrapartida, propôs uma trégua parcial de dois a três dias em zonas específicas da linha da frente.

Ambas as partes, no entanto, chegaram a um acordo para trocar todos os prisioneiros de guerra com menos de 25 anos ou gravemente feridos, além de milhares de corpos de soldados mortos.

Apesar desse gesto humanitário, as exigências de cada lado continuam irreconciliáveis. A delegação russa entregou um memorando aos representantes ucranianos — divulgado pelas agências russas — no qual Moscovo exige que Kiev retire as suas tropas das quatro regiões ucranianas que a Rússia reclama como anexadas. Por sua vez, a Ucrânia recusa tais condições, exigindo a retirada total das tropas russas do seu território e garantias de segurança efetivas por parte dos aliados ocidentais.

Conflito continua a escalar no terreno

Enquanto os diplomatas se enfrentam nas mesas de negociação, as ofensivas no terreno mantêm-se intensas. De acordo com autoridades ucranianas, um bombardeamento russo matou dois civis num vilarejo da região de Kharkiv (nordeste), enquanto pelo menos quatro pessoas morreram e vinte ficaram feridas após uma frente de ataque com foguetes na cidade de Soumy (norte).

A região de Soumy, que faz fronteira com a Rússia, tem sido alvo de uma pressão crescente nas últimas semanas. Moscovo declarou a intenção de criar ali uma “zona tampão” para evitar incursões ucranianas. Na terça-feira, o exército russo reivindicou o controlo de uma nova localidade nessa área.

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