Rússia afirma ter interceptado 296 drones ucranianos entre terça-feira à noite e quarta-feira, 28 de maio, numa ofensiva sem precedentes que visou Moscovo e perturbou o tráfego aéreo de quatro aeroportos da capital.
A defesa antiaérea russa destruiu ou neutralizou 296 drones ucranianos entre as 21h de terça-feira e as 7h desta quarta-feira (horário de Moscovo), segundo anunciou o Ministério da Defesa da Rússia através da plataforma Telegram. Esta operação representa uma das maiores ofensivas aéreas desde o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022.
De acordo com Serguei Sobianine, presidente da câmara de Moscovo, 39 destes drones tinham como alvo direto a capital e foram abatidos com sucesso. Já Andrei Vorobiov, governador da região de Moscovo, declarou que 42 drones adicionais foram destruídos nas imediações da metrópole.
Apesar da intensidade da ofensiva, o governador sublinhou que não houve vítimas humanas. Em Troitskoïe, a cerca de 50 km a sul de Moscovo, três habitações sofreram danos estruturais, mas nenhum residente ficou ferido.
Moscovo: alvo crescente de ataques
Esta ofensiva aérea vem confirmar uma tendência crescente de ataques contra a capital russa, situada a centenas de quilómetros da fronteira com a Ucrânia, e que, até recentemente, tinha sido relativamente poupada ao conflito. A escalada coincide com os ataques aéreos massivos levados a cabo por Moscovo contra várias regiões ucranianas nos últimos dias, que resultaram em pelo menos 13 mortos no domingo passado.
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Comprar um espaço para minha empresa.Durante a noite de terça para quarta-feira, aeroportos importantes de Moscovo — Chérémétiévo, Vnoukovo, Domodedovo e Joukovski — foram forçados a suspender temporariamente as suas operações, segundo informações confirmadas pela Rosaviatsia, agência de regulação do transporte aéreo.
Na região de Kharkiv, o governador Oleg Synegoubov relatou uma nova ofensiva russa com drones, causando oito feridos, entre os quais uma menina de quatro anos. Moscovo afirmou que estas ações representam uma resposta às operações ucranianas com drones que teriam causado vítimas civis em território russo.
Um conflito que se prolonga há mais de três anos
A Rússia lançou a sua invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022. Desde então, estima-se que mais de 20% do território ucraniano esteja sob controlo russo, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.
Milhares de civis e militares perderam a vida, enquanto milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas. Muitas cidades e aldeias no leste e no sul da Ucrânia foram totalmente destruídas, revelando o elevado custo humano e material desta guerra que se prolonga.