Um novo inquérito internacional mostra que a maioria dos cidadãos de cinco países — Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Bélgica — apoia o fim das vendas de armas a Israel, devido à situação humanitária em Gaza.

O estudo, realizado pelo YouGov e encomendado por ONGs como ActionAid UK, Oxfam e Amnesty International, indica que entre 56% e 66% dos inquiridos nesses países querem suspender o comércio de armas com Israel.

Segundo os organizadores, este é um sinal claro de que os governos estão fora de sintonia com as suas populações. O inquérito foi feito entre 25 de junho e 1 de julho de 2025, com uma amostra representativa de adultos.

Pressão sobre os governos da UE

Na Alemanha, 60% dos inquiridos apoiam a suspensão das exportações de armas, mesmo sendo o segundo maior fornecedor de armamento a Israel após os EUA.

Na França, 66% são a favor da suspensão, enquanto no Reino Unido o número atinge 56%. Na Bélgica, 71% exigem o fim imediato das exportações.

A pressão é particularmente forte na Bélgica, onde o parlamento da Valónia já aprovou resoluções pedindo a suspensão das licenças de exportação de componentes utilizados por Israel.

Nos Estados Unidos, a maioria apoia também a suspensão

Nos Estados Unidos, 55% dos inquiridos também se manifestaram a favor de suspender a venda de armas a Israel, com apenas 29% contra.

Esta tendência ocorre num momento em que grupos de direitos humanos acusam os EUA e os seus aliados de facilitar crimes de guerra por meio do apoio militar contínuo a Israel.

Possíveis implicações legais

As ONGs que promoveram o estudo sublinham que os governos podem estar a violar as suas obrigações legais internacionais ao continuar a fornecer armas que podem ser utilizadas em crimes contra civis.

As organizações apelam a que os países suspendam imediatamente as vendas de armas a todas as partes envolvidas no conflito, incluindo Israel, e apoiem investigações internacionais independentes sobre eventuais violações do direito internacional humanitário.

Uma mudança na opinião pública

Os resultados da sondagem revelam uma mudança significativa na opinião pública ocidental, num momento em que o número de vítimas civis em Gaza continua a aumentar e os apelos por um cessar-fogo permanente ganham força.