No filme “Uma batalha atrás da outra”, livremente adaptado do romance Vineland de Thomas Pynchon, Paul Thomas Anderson coloca Leonardo DiCaprio no papel de Bob Ferguson, um ex-ativista de esquerda cuja filha é raptada por um militar fascista interpretado de forma alucinante por Sean Penn. A ação começa junto à fronteira mexicano-americana, com o grupo radical French 75, de inspiração pós-hippie, atacando um centro de detenção de imigrantes. Entre explosões e confrontos, emerge o amor passional e intenso entre Bob e Perfidia Beverly Hills (Teyana Taylor), cuja energia selvagem cativa até o colonel Lockjaw.
Quando nasce a filha do casal, Willa, Bob tenta afastar-se da militância para cuidar dela. Porém, a mãe, incapaz de aceitar uma vida convencional, desaparece, entregando aos adversários os nomes de seus companheiros de luta.
Após um preâmbulo vertiginoso de meia hora, Anderson realiza uma elipse de dezesseis anos. Bob vive isolado numa cabana na floresta, entregando-se à cannabis e ao álcool, enquanto assiste “A Batalha de Argel” na televisão. Willa cresce e deseja apenas uma vida normal, longe da vigilância paterna. Mas o retorno do colonel Lockjaw e o rapto de Willa obrigam Bob a agir — e a questionar-se se Willa é realmente sua filha.
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O filme mistura comédia negra, ação desenfreada e fábula política, mostrando uma América ainda dividida entre ideais progressistas e a repressão violenta de grupos supremacistas. Anderson equilibra magistralmente elementos extravagantes e contrastes entre figuras paternas: Sean Penn como racista musculoso e paranoico, e Leonardo DiCaprio como pai burlesco e desajustado.
No centro desta narrativa frenética surge a questão crucial: a revolução é apenas uma moda passageira ou um legado possível entre gerações? A resposta, intensa e emocionante, conclui um dos filmes mais entusiasmantes da temporada cinematográfica.