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Moçambique/Economia: Moçambique confiante na saída da “lista cinzenta”, mas alerta para riscos de regresso em 2028

Governo garante cumprimento de todos os indicadores exigidos pelo GAFI, mas admite que a verdadeira prova será a consistência das reformas para evitar um retorno dentro de três anos.

As autoridades moçambicanas afirmaram esta sexta-feira (15) acreditar que o País será retirado da “lista cinzenta” do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) em outubro, mas manifestaram preocupação quanto à possibilidade de regressar à mesma lista na próxima avaliação marcada para 2028.

“Há uma preocupação muito grande por parte do Governo de que não haja possibilidade de regressarmos a essa lista quando formos avaliados em 2028”, afirmou Luís Abel Cezerilo, coordenador nacional para a remoção de Moçambique da lista cinzenta e diretor-geral adjunto do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, em declarações aos jornalistas.

Moçambique foi incluído na lista em 22 de outubro de 2022, por não ter eliminado deficiências na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento ao terrorismo. Entretanto, o Governo anunciou a 16 de junho que o País acolherá, entre 8 e 11 de setembro, uma reunião do GAFI para decidir sobre a sua permanência ou saída, com a decisão final prevista para outubro.

Segundo Cezerilo, a etapa conclusiva terá lugar no dia 9 de setembro, quando as instituições nacionais serão avaliadas. “Tudo aponta para que tenhamos um resultado positivo, mas não é uma etapa conclusiva. Em 2028 haverá nova avaliação mútua e é aí que se verá se as medidas adotadas são sustentáveis”, explicou.

O responsável destacou que o Governo não quer apenas resolver o problema pontual da lista, mas sim garantir consistência e sustentabilidade nas reformas. “Se o Governo e as instituições adormecerem com os resultados que alcançarem, seguramente que em 2028 vamos regressar à lista cinzenta”, alertou.

De acordo com Cezerilo, Moçambique já cumpriu todos os indicadores que levaram à sua inclusão na lista, tendo criado planos de ação para mitigar riscos e melhorado a compreensão sobre branqueamento de capitais. “O País está a trabalhar de forma sustentável para o futuro”, sublinhou.

O responsável acrescentou ainda que a imagem negativa do País nas instituições financeiras internacionais foi revertida e que faltam apenas “procedimentos protocolares” até ao anúncio formal da saída. “O Governo cumpriu. O GAFI é uma instituição séria e, consequentemente, não vai trazer-nos nenhum outro motivo para não sairmos da lista cinzenta”, declarou.

Também o Grupo de Combate à Lavagem de Dinheiro da África Oriental e Austral (ESMAALG) reconheceu, em reunião realizada em Maputo a 16 de julho, que Moçambique demonstrou estar “comprometido” com a saída da lista.

Além de Moçambique, integram ainda a lista países como Angola, Namíbia, África do Sul e Tanzânia.

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