A secretária-geral da Renamo, Clementina Bomba, afirmou esta quinta-feira, em conferência de imprensa em Maputo, que apenas o Congresso do partido tem competência para afastar o presidente Ossufo Momade. A declaração surge num contexto de tensão interna, com antigos guerrilheiros a ameaçarem retomar a ocupação de sedes provinciais e distritais da organização para forçar a convocação do Conselho Nacional.
Bomba classificou como equivocada a crença de que o Conselho Nacional teria o poder de destituir o presidente do partido.
“O presidente Ossufo Momade foi eleito em Congresso em 2019 e reeleito no ano passado. Isso confere-lhe legitimidade democrática”, declarou.
Os antigos combatentes têm ameaçado fechar as sedes da Renamo de forma definitiva. No entanto, Bomba apelou à serenidade, assegurando que uma reunião do Conselho Nacional será realizada em breve, embora sem avançar uma data concreta.
O Conselho Nacional, lembrou, é o órgão mais alto da Renamo entre congressos e deve reunir-se pelo menos duas vezes por ano, mas não tem poderes para afastar o presidente.
“O mandato do presidente é de cinco anos. Só o Congresso pode decidir se Ossufo Momade continua ou não no cargo”, reforçou a secretária-geral.
Os veteranos exigem que a próxima reunião do Conselho Nacional seja aberta à participação de combatentes e outros membros do partido, mas Clementina Bomba esclareceu que o órgão é composto por 120 membros com direito de voto, sendo que convidados e outros participantes podem dar opiniões, mas não tomam decisões.
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Comprar um espaço para minha empresa.“É importante que o Conselho Nacional saiba que não tem poder para destituir o Presidente”, reiterou.
Bomba sublinhou ainda que a liderança da Renamo está empenhada em restabelecer a harmonia interna, destacando um recente encontro com a Associação dos Veteranos de Guerra da Renamo, com o objetivo de encontrar soluções para os desafios enfrentados pelos combatentes desmobilizados.
Uma das decisões saídas desse encontro, disse, foi a reabertura de todas as sedes do partido ocupadas pelos desmobilizados, como parte do esforço de reconciliação e normalização interna.