O Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO) revelou, esta terça-feira, as causas preliminares dos dois acidentes de viação ocorridos nas províncias de Gaza e Maputo, que resultaram em mais de 30 mortos.

Segundo o presidente do Conselho de Administração do INATRO, Nélson Nunes, os primeiros indícios apontam para o excesso de velocidade como principal causa dos sinistros, aliado a uma manobra de ultrapassagem irregular e à fadiga dos motoristas.

“As primeiras evidências apontam como principal e provável causa do acidente o excesso de velocidade. O embate, resultante de uma manobra de ultrapassagem irregular, aliada ao excesso de velocidade e fadiga do condutor”, declarou Nunes.

Além disso, foi constatado que os condutores dos semi-colectivos envolvidos não tinham carta de condução para transporte público, o que agrava ainda mais o cenário de irregularidades.

“No local, ainda foram identificadas várias irregularidades, entre as quais o transporte de passageiros sem lista oficial, falta de habilitação para transporte público, desrespeito aos tempos de condução e violação do despacho ministerial que regula o horário de circulação de veículos pesados”, acrescentou o PCA do INATRO.

Questionado sobre o facto de os veículos terem feito longos percursos, circulado fora do horário estabelecido e mesmo assim terem passado por postos de fiscalização, Nunes admitiu que esta é uma das questões em análise pelas equipas destacadas no terreno.

De acordo com informações já recolhidas, a viatura que vinha de Manjacaze não carregou na terminal, tendo feito embarque ao longo do percurso. Apesar de ter capacidade para 15 lugares, transportava 27 passageiros.

“Passou por postos de fiscalização, essa certeza teremos em função dos relatórios que nós iremos receber das equipas para vermos a trajetória, qual foi a trajetória certa que este transportador, em particular, teria feito até chegar a Xinavane”, concluiu Nunes.

O responsável assegurou ainda que o INATRO tem em implementação um plano de ação para reduzir os acidentes de viação nas estradas nacionais, que vinha mostrando resultados positivos até à ocorrência destes dois trágicos sinistros em Maputo e Gaza.