Mundial do Qatar: Mais de 6500 trabalhadores migrantes morreram enquanto se prepara Mundial

O sonho do Campeonato do Mundo de futebol no Qatar, em 2022, só é possível devido ao pesadelo dos trabalhadores que transformam o megalómano projeto em realidade. Uma investigação do Guardian revelou que mais de 6500 migrantes perderam a vida no país nos últimos dez anos.

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Números assustadores mas que não espelham uma realidade que se teme ainda mais negra, uma vez que apenas incluem migrantes de cinco países asiáticos (Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka), faltando comunidades significativas como os trabalhadores provenientes de Filipinas ou Quénia.

Para melhor perceber os números, a euronews falou com a Fair Square Projects.

Nick McGeehan, diretor da empresa que se dedica aos direitos dos trabalhadores, refere que “não há nenhuma dúvida sobre a veracidade destes números” e acrescenta que “o mais perturbador não são as 6750 mortes, mas o facto de 69% dessas mortes não terem sido explicadas. São mais de cinco mil mortes por explicar entre os trabalhadores migrantes num período de dez anos, e penso que é esse o verdadeiro escândalo aqui.”

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No que diz respeito às condições laborais dos migrantes que trabalham na construção de estádios e infraestruturas de apoio para o mundial, McGeehan também aponta o dedo:

“Há já muito tempo que temos notícias e relatórios que denunciam situações graves de abuso e exploração dos migrantes no Qatar. Sabemos que trabalham demasiadas horas sem parar, sabemos que são mal pagos ou por vezes nem sequer recebem, sabemos que estão alojados em casas sobrelotadas e sem condições sanitárias. Tudo isso está bem documentado. A informação mais pertinente sobre as condições foi revelada em 2019, um relatório que apontou o calor como a causa mais provável para o elevado número de mortes. Quando olhamos para a proteção que recebem contra o calor extremo no Qatar, vemos que é completamente desadequada. Estes trabalhadores não só enfrentam longas jornadas de trabalho, como têm de o fazer em condições bastante perigosas. Penso que este contexto é essencial quando vemos um número tão elevado de mortes por explicar.”

Para o governo do Qatar, a mortalidade está “dentro da normalidade para a dimensão e demografia da população”, já a FIFA destaca que o número de acidentes de construção é “baixo quando comparado com outros grandes projetos de construção”.

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