Mundo: Fim da cimeira do G7 com novas pressões sobre o Irão e a Rússia

Em Liverpool, no Reino Unido, terminaram os dois dias de cimeira dos chefes da diplomacia do G7

Numa mensagem dirigida em nome do G7 a Teerão, ao referir-se ao impasse nas negociações sobre o nuclear iraniano Liz Truss, ministra britânica dos negócios estrangeiros disse que este país « tem uma última oportunidade para regressar à mesa das negociações com uma solução séria para este problema ».

A chefe da diplomacia do Reino Unido que actualmente assegura a presidência rotativa do G7 considerou que « é vital que o Irão faça isso » porque o grupo que junta 7 das 10 principais potências económicas do globo « não vai permitir que o Irão adquira armas nucleares ».

As negociações indirectas entre Teerão e Washington retomaram em Novembro no intuito de relançar o acordo concluído em 2015 para limitar as actividades nucleares iranianas a um uso civil e que entretanto foi enterrado durante a era Trump.

Estas conversações não têm contudo surtido efeito, uma vez que nem Teerão, nem Washington querem dar um primeiro passo sem garantias de que a parte adversa não vai voltar atrás. A administração Biden acusa o Irão de pretender apenas ganhar tempo com estas negociações para conseguir dotar-se da bomba nuclear, o que a República Islâmica desmente.

Perante esta situação, nos últimos dias, os americanos avisaram que estão a pensar num ‘plano B’ no caso de Teerão não mudar de posição.

Outro aviso foi dirigido desta vez à Rússia que as potências ocidentais acusam de pretender invadir a Ucrânia. Ao tecerem advertências sobre « consequências massivas » em caso de invasão, os ministros dos negócios estrangeiros do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos, assim como o Alto Representante da União Europeia pediram que a Rússia “diminua a escalada » e « procure soluções diplomáticas ».

Ao tornarem a garantir o seu “apoio sem falha à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, os membros do G7 declararam “estar unidos na sua condenação ao reforço da presença militar e do discurso agressivo da Rússia contra a Ucrânia”.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi inclusivamente mais longe, dizendo que é pouco provável que o gás russo chegue a transitar pelo gasoduto ‘Nord Stream 2’ rumo à Alemanha se Moscovo atacar a Ucrânia.

“Por enquanto, esse gasoduto não transporta gás. Na verdade, isto é um meio de pressão sobre a Rússia porque na medida em que o presidente Putin deseja ver o gás a passar por este gasoduto – se e quando ele se tornar operacional – é pouco provável ou difícil imaginar que isso aconteça se a Rússia reiterar a sua agressão contra a Ucrânia », declarou Antony Blinken numa entrevista concedida hoje ao canal televisivo americano NBC, confirmando ameaças neste sentido já proferidas pelo presidente americano no começo da semana passada aquando do seu encontro virtual com Vladimir Putin.

De referir que os Estados Unidos nunca esconderam ver com maus olhos o facto de a Rússia comercializar o seu gás na Europa. Washington considera que isto reforça o gigante russo do sector Gazprom e aumenta também a dependência energética da União Europeia para com a Rússia que representava já em 2019 mais de 40% das importações de gás daquela região do globo. Nestes últimos anos, os americanos tentaram inviabilizar este projecto de diversas formas, nomeadamente com a adopção de sanções contra as empresas parceiras do ‘Nord Stream 2’.

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