O ministro da Saúde moçambicano, Armindo Tiago, disse hoje que a variante sul-africana do novo coronavírus circula em Moçambique “desde novembro”, segundo revelaram análises laboratoriais.
O governante falava durante uma visita às obras de instalação de um centro de internamento de covid-19 no Hospital Geral de Mavalane, Maputo.
Segundo o ministro, 70% das amostras do mês de dezembro já eram constituídas pela nova variante.
As análises foram feitas na vizinha África do Sul e noutros países.
O virologista Pedro Simas afirmou na última semana em declarações que as novas estirpes do vírus não “têm impacto de provocar maior doença”.
De acordo com o virologista, as novas variantes devem ser vigiadas e não criar pânico na sociedade, porque faz parte do “processo natural” de replicação e evolutivo do vírus SARS-CoV-2.
Moçambique enfrenta desde final do ano uma aceleração da propagação da covid-19.
O centro de internamento cujos trabalhos de instalação Armindo Tiago hoje visitou servirá para dar resposta ao aumento do número de casos.
Sem avançar detalhes, o ministro da Saúde disse ainda que o Governo tem disponível parte dos fundos necessários para a obtenção da vacina contra o novo coronavírus, mas “vai ser difícil” haver disponibilidade “no mercado internacional”.
“Como todos estamos a acompanhar, a vacina está a ser difícil mesmo para os países europeus”, lamentou Armindo Tiago, reiterando que se vai fazer “de tudo” para que a vacina esteja disponível entre fevereiro e março.
Pretendemos “adquirir vacinas cuja conservação é possível no nosso contexto”, afirmou.
“Portanto, vamos adquirir vacinas que ficam armazenadas entre dois e oito graus, o que é compatível com o atual sistema de frio que nós temos”, acrescentou.