Os militares que fizeram o golpe de Estado em julho no Níger anunciaram no domingo que querem processar o presidente deposto, Mohamed Bazoum, por « alta traição » e « ataque à segurança do país ».
Num comunicado lido na televisão nacional, o major coronel Amadou Abdramane, um dos membros do regime militar, disse que estão reunidas « provas para processar, perante as autoridades nacionais e internacionais competentes, o presidente deposto e os seus cúmplices internos e estrangeiros, por alta traição e atentado à segurança interna e externa do Níger ».
O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.
O golpe foi condenado pela comunidade internacional, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana, a Organização da Nações Unidas.
Em 30 de julho, quatro dias após o golpe, os líderes da CEDEAO decidiram sancionar financeiramente o Níger e deram aos militares um ultimato de sete dias para restaurar a ordem constitucional, ameaçando um possível uso da força como último recurso.
No domingo, a junta militar no poder no Níger manifestou vontade de conversar com CEDEAO.
« A junta militar do Níger quer iniciar conversações com a CEDEAO para resolver a crise que o país atravessa e levantar as sanções que lhe são impostas », disse à agência de notícias espanhola EFE, o xeque Abdul Rahman Ahmad, imã chefe da Ansar Ud Society da Nigéria, uma organização muçulmana.