O tão debatido e, por vezes, criticado Mundial de Clubes da FIFA estreia-se este domingo nos Estados Unidos, com o pontapé de saída marcado para 01h00 (hora de Maputo), no Hard Rock Stadium, em Miami.
A competição, agora alargada a 32 equipas, é apresentada como um ensaio geral para o Campeonato do Mundo de 2026, com cinco dos estádios anfitriões — entre eles o Mercedes-Benz, MetLife e Lincoln Financial Field — também a constarem do calendário do Mundial.
No entanto, o torneio chega envolto em polémicas sobre a venda de bilhetes, baixa mobilização local e críticas à sobrecarga do calendário futebolístico, colocando a FIFA sob forte escrutínio.
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Comprar um espaço para minha empresa.Bilhetes caros, estádios vazios e críticas à FIFA
Apesar da presença de estrelas como Lionel Messi, Mbappé, Griezmann e Jude Bellingham, há relatos de que os bilhetes continuam disponíveis para todos os jogos, com os mais baratos a custarem cerca de 25 libras. O site Ticketmaster indicava ainda entradas para o jogo inaugural entre o Inter Miami e o Al Ahly, apesar da capacidade de 65.000 lugares.
Há também notícias de promoções, como a oferta de quatro bilhetes gratuitos por cada entrada adquirida por estudantes do Miami Dade College, parceiro da FIFA — uma ação que alimentou a perceção de fraca adesão.
Gianni Infantino, presidente da FIFA, rejeitou as críticas:
“Espero um estádio cheio. Será um momento histórico, com duas equipas de trajetórias diferentes, uma jovem e promissora, como o Inter Miami, e outra vencedora e histórica, como o Al Ahly.”
Segundo a FIFA, os bilhetes seguem um modelo de preços dinâmicos — quanto menor a procura, menor o preço. As vendas registam maior adesão nos EUA, Brasil, México, Argentina e Canadá, com o Reino Unido em 11.º lugar.
Baixa mobilização e receção morna em Miami
Mesmo com a presença de Messi, a cidade de Miami mostra poucos sinais da festa global que a FIFA pretendia. Há pouca publicidade nas ruas e poucas camisolas do craque argentino à vista.
Jamie Carragher, antigo defesa do Liverpool, declarou que não há “apetite” real para o torneio por parte de jogadores, clubes e adeptos.
Contudo, estrelas como Harry Kane, Sergio Ramos e Enzo Fernández partilharam entusiasmo:
“Será uma experiência fantástica”, afirmou Kane.
“Entramos com fome de vencer”, disse Ramos.
A FIFA promete um legado histórico
Infantino comparou este torneio à estreia do Mundial de 1930, afirmando que se trata de um momento fundacional para uma nova era do futebol de clubes.
“Este Mundial de Clubes é histórico. Será lembrado como o início de algo transformador.”
Congestionamento de calendário e críticas de jogadores
Clubes como o Manchester City — que regressa à competição apenas 24 dias após o fim da época europeia — expressaram preocupações. A FIFPRO, sindicato dos jogadores, apresentou mesmo uma queixa formal contra a FIFA por “abuso de posição dominante”.
Apesar disso, fontes da organização garantem que a proteção da saúde dos jogadores está no centro das decisões, com medidas como substituições por concussão e fundos de apoio aos atletas.
A FIFA rejeita também a acusação de que o torneio agrava o congestionamento do calendário:
“São no máximo sete jogos, disputados por apenas duas equipas a cada quatro anos, substituindo a antiga Taça das Confederações.”
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Com um prémio total de 775 milhões de libras, o vencedor pode arrecadar até 97 milhões — embora os clubes europeus recebam uma fatia muito superior às equipas dos restantes continentes.
Nos EUA, jogadores da Major League Soccer como os Seattle Sounders protestaram contra os bónus atribuídos. Numa partida recente, aqueceram com camisolas onde se lia “Club World Ca$h Grab”, numa crítica clara ao enfoque financeiro da competição.
Apesar de todas as controvérsias, a FIFA aposta na inclusão e no crescimento global do futebol.
O Mundial de Clubes de 2025 será um teste ao apelo global da modalidade — e uma prévia da festa do Mundial de 2026.