Os incêndios florestais registados este verão na Europa ultrapassaram valores recorde, alimentados por temperaturas extremas e condições de seca severa. Segundo os últimos dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), atualizados a 29 de julho, um total de 292.855 hectares arderam na União Europeia.
Em comparação, no mesmo período do ano passado, tinham ardido 139.940 hectares, sendo que os números atuais já superam a média dos últimos 19 anos.
Desde o início de 2025, o EFFIS detetou 1.339 incêndios com mais de 30 hectares.
Emissões recorde: países mediterrânicos entre os mais afetados
O Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus (CAMS) indica que países como Grécia, Turquia, Reino Unido e Chipre já registaram as maiores emissões de incêndios florestais desde o início da base de dados, há 23 anos.
Durante o verão, as temperaturas elevadas em toda a Bacia do Mediterrâneo aumentaram significativamente a probabilidade de incêndios, segundo o CAMS. A combinação de combustível abundante e condições meteorológicas severas, com humidade extremamente reduzida, intensificou a propagação das chamas.
Na região oriental do Mediterrâneo, a Grécia e a Turquia enfrentaram incêndios de grande dimensão alimentados por temperaturas persistentemente altas.
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Comprar um espaço para minha empresa.A Grécia registou o maior volume de emissões estimadas desde 2007, enquanto a Turquia lidera em 2025 nas emissões acumuladas desde o início do ano, demonstrando a gravidade da situação.
Chipre: as piores chamas em mais de meio século
Em Chipre, os incêndios foram particularmente intensos. O país atingiu o seu maior total anual de emissões de incêndios florestais em apenas dois dias, entre 22 e 23 de julho. Estes foram descritos como os piores incêndios na ilha em mais de 50 anos.
Balcãs e sudoeste da Europa também em alerta
O mês de julho registou atividade crescente de incêndios na região dos Balcãs. As emissões provenientes de fogos na Montenegro e na Macedónia do Norte foram as terceiras mais altas da série histórica do CAMS. Sérvia e Albânia ficaram logo atrás do ano de 2007, com emissões estimadas em segundo lugar.
No sudoeste da Europa, incêndios de grande dimensão deflagraram no sul de França, Catalunha e Portugal no início de julho. Nos últimos dias do mês, partes de Espanha e do norte de Portugal também enfrentaram uma nova vaga de incêndios.
Entre 1 de janeiro e 15 de julho, 3.370 incêndios rurais consumiram 10.768 hectares em Portugal, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O valor é três vezes superior ao registado no mesmo período de 2024.
Reino Unido bate recorde de emissões anuais de incêndios
No Reino Unido, as emissões estimadas de incêndios florestais em 2025 atingiram o nível mais alto de sempre: 0,35 megatoneladas de carbono. Até 20 de junho, o Conselho Nacional de Chefes de Bombeiros já tinha respondido a 564 incêndios, um aumento de 717% em relação ao mesmo período de 2024.
Este número é também o dobro dos incidentes registados em 2022, que até então detinha o recorde anual. O CAMS afirma que este aumento se deve, sobretudo, aos grandes incêndios ocorridos no norte da Escócia no final de junho e início de julho.