A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considerou esta terça-feira que a recente redução da taxa de juro de política monetária para 10,25%, anunciada pelo Banco de Moçambique, vai reduzir os custos para os empresários e estimular o investimento no país.
“Esta é uma medida importante para facilitar o acesso ao financiamento, reduzir os custos do crédito e impulsionar o investimento produtivo, com efeitos particularmente positivos para novos tomadores de crédito, bem como para aqueles que tenham alguma margem de negociação em empréstimos existentes”, afirma a CTA em comunicado.
A confederação empresarial sublinha ainda um conjunto de iniciativas recentes, incluindo ações do Governo, que classifica como sinais inequívocos de confiança e estímulo ao setor privado, considerado o principal motor da economia nacional.
Neste contexto, a CTA encoraja o executivo a acelerar a implementação de reformas estruturais, assim como a criar incentivos financeiros, fiscais e legais para dinamizar o investimento privado.
O objetivo, refere o comunicado, é consolidar Moçambique “como destino preferencial de investimento privado nacional e estrangeiro, especialmente em setores com elevado potencial de transformação”, como a agricultura, indústria, energia, turismo, logística e tecnologias de informação e comunicação.
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Comprar um espaço para minha empresa.A decisão do corte da taxa foi tomada pelo Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique e anunciada na quinta-feira passada pelo governador Rogério Zandamela, em conferência de imprensa realizada em Maputo.
Trata-se da nona redução consecutiva da taxa de juro MIMO, que baixou 75 pontos base para 10,25%. Segundo Zandamela, a medida deve-se, sobretudo, à continuação da consolidação da previsão de inflação de um só dígito no médio prazo, refletindo em parte a tendência favorável dos preços internacionais das matérias-primas, apesar dos riscos internos persistentes.
A taxa de juro de referência esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, tendo o ciclo de cortes iniciado a 31 de janeiro de 2024. Desde então, foram registadas as seguintes reduções: para 16,5% (janeiro), 15,75% (março), 15% (maio), 14,25% (julho), 13,5% (setembro), 12,75% (novembro), 12,25% (janeiro de 2025), 11,75% (março), 11% (maio), até ao nível atual de 10,25%.
Zandamela adiantou que se prevê, no médio prazo, uma recuperação gradual da atividade económica, excluindo a produção de gás natural liquefeito, impulsionada em parte pela redução das taxas de juro e pelas perspetivas de implementação de projetos em áreas estratégicas.
Contudo, o governador alertou que os riscos e incertezas associados às projeções de inflação permanecem elevados. Entre os fatores apontados, estão os impactos do agravamento das condições orçamentais do Estado, as incertezas quanto à velocidade de restauração da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços, bem como os efeitos dos choques climáticos.
“O CPMO continuará o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. O ritmo e a magnitude dependerão das perspetivas de inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo”, concluiu Zandamela.