Nova Iorque – O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, colocou Israel e Rússia sob aviso nesta terça-feira, indicando que suas forças armadas e de segurança podem ser incluídas na lista de partes “credivelmente suspeitas” de cometer **violência sexual em zonas de conflito”, de acordo com um relatório obtido pela Reuters.
Guterres destacou que existem preocupações significativas sobre padrões de violência sexual que têm sido documentados de forma consistente pelas Nações Unidas, e que Israel e Rússia poderiam ser listados no próximo ano por estarem “suspeitas de cometer ou serem responsáveis por padrões de estupro ou outras formas de violência sexual”.
Em relação a Israel, Guterres expressou grave preocupação com informações credíveis sobre violações por forças armadas e de segurança contra palestinos em várias prisões, um centro de detenção e uma base militar.
O relatório detalha que os casos documentados incluem violência genital, nudez forçada prolongada e revistas repetidas de forma abusiva e degradante. Guterres ressaltou que, como Israel negou acesso aos monitores da ONU, tornou-se desafiador determinar padrões e tendências sistemáticas de violência sexual, mas enfatizou que o governo israelense deve tomar medidas imediatas para cessar todos os atos de violência sexual, além de implementar compromissos específicos e com prazos determinados.
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Comprar um espaço para minha empresa.Entre as medidas sugeridas pelo Secretário-Geral estão investigações de alegações credíveis, códigos de conduta claros para as forças militares e de segurança e acesso irrestrito de monitores da ONU.
Em março, especialistas em direitos humanos apoiados pela ONU acusaram Israel do uso sistemático de violência sexual, reprodutiva e de gênero, abrangendo mulheres, homens, meninas e meninos palestinos, com relatos de estupradores e violência sexual contra detidos.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, refutou as acusações, chamando-as de “alegações infundadas e enviesadas”, e afirmou que Israel continuará a proteger seus cidadãos e a agir conforme o direito internacional.
Sobre a Rússia, Guterres indicou estar gravemente preocupado com informações credíveis de violações cometidas por forças russas e grupos armados afiliados, principalmente contra prisioneiros de guerra ucranianos em 50 instalações oficiais e 22 não oficiais na Ucrânia e na Rússia.
O relatório documenta incidentes de violência genital, incluindo eletrocussão, espancamentos, queimaduras, nudez forçada prolongada e humilhação para extrair confissões ou informações. Segundo Guterres, as autoridades russas não colaboraram com seu enviado especial sobre o tema.