O Museu do Louvre, em Paris, foi forçado a encerrar as suas portas no domingo após um assalto audacioso na Galeria Apolo, onde se encontram as joias da coroa francesa.
O roubo ocorreu por volta das 9h30 da manhã e durou entre seis e sete minutos, segundo a procuradora de Paris, Laura Beccuau. Quatro indivíduos, não armados, mas equipados com rebarbadoras, ameaçaram os seguranças e conseguiram fugir em veículos de duas rodas.
O Ministro do Interior, Laurent Nuñez, explicou que os assaltantes usaram uma plataforma elevatória para aceder diretamente à sala, forçaram uma janela e partiram vitrines para roubar as peças antes de escapar. Estão em curso trabalhos forenses e a elaboração de um inventário detalhado dos objetos roubados, cuja importância histórica é considerada “inestimável”.
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Anuncie aqui: clique já!A Ministra da Cultura, Rachida Dati, afirmou nas redes sociais que não há feridos a registar e garantiu estar no local com as equipas do museu e da polícia. O Louvre confirmou o encerramento “por razões excecionais”, numa publicação na rede X (antigo Twitter).
O assalto, ocorrido cerca de 30 minutos após a abertura do museu, com visitantes já no interior, é considerado um dos furtos mais mediáticos das últimas décadas. Dati descreveu-o como uma “operação profissional de quatro minutos”.
As autoridades indicaram que nove peças foram visadas, mas oito acabaram por ser levadas da coleção de joias de Napoleão e da Imperatriz Eugénia, incluindo um colar, um broche, uma tiara e outras peças valiosas.
Uma das peças foi posteriormente encontrada fora do museu, confirmou Dati. De acordo com a imprensa francesa, tratava-se da coroa imperial com esmeraldas da Imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão III, composta por mais de 1.300 diamantes, mas que foi recuperada danificada.
A Galeria Apolo, situada na ala Denon, é um dos espaços mais emblemáticos do Louvre. O seu teto, pintado pelo artista da corte de Luís XIV, abriga parte das joias da coroa de França, incluindo o diadema de Luís XV e o colar da Imperatriz Maria Luísa.
Uma testemunha, Kaci Benedetti, descreveu nas redes sociais cenas de pânico dentro do museu, quando os visitantes tentaram sair ao ver a chegada da polícia.
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Comprar um espaço para minha empresa.O Louvre tem um histórico de roubos e tentativas de assalto. O mais famoso ocorreu em 1911, quando a Mona Lisa desapareceu do seu enquadramento, roubada por Vincenzo Peruggia, um antigo funcionário que se escondeu no museu e levou a pintura debaixo do casaco. A obra foi recuperada dois anos depois, em Florença, episódio que contribuiu para a sua fama mundial.
Em 1983, duas armaduras renascentistas foram também roubadas e só recuperadas quase quarenta anos depois. Além disso, parte da coleção do museu continua a gerar debates sobre restituição, devido a saques da era napoleónica.
Com mais de 33 mil obras, o Louvre é o maior museu do mundo, reunindo peças que vão da Mesopotâmia ao Renascimento europeu. Entre os seus tesouros estão a Mona Lisa, a Vénus de Milo e a Vitória de Samotrácia, símbolos eternos da herança cultural da humanidade.