O Museu do Louvre, em Paris, continua fechado nesta segunda-feira após um roubo espetacular que teve como alvo as preciosas joias da coroa francesa.
Segundo as autoridades, um grupo de quatro assaltantes, armados com ferramentas elétricas, entrou no museu em plena luz do dia e fugiu de mota levando oito peças de grande valor histórico e cultural.
Como ocorreu o roubo
O crime aconteceu no domingo entre as 09h30 e as 09h40, pouco depois da abertura do museu ao público.
Os assaltantes utilizaram um elevador de carga para aceder à Galeria de Apolo, através de uma varanda com vista para o rio Sena.
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Anuncie aqui: clique já!Fotografias divulgadas pela imprensa mostram uma escada encostada a uma janela do primeiro andar, pela qual dois dos ladrões cortaram o vidro com uma rebarbadora e entraram no museu, ameaçando os seguranças que foram obrigados a evacuar a área.
De acordo com relatórios preliminares, um terço das salas da galeria não estava equipada com câmaras de vigilância, o que facilitou a ação do grupo.
Uma falha de segurança inaceitável
A senadora Nathalie Goulet descreveu o incidente como um episódio “muito doloroso” para a França, acrescentando que é “difícil compreender como isto aconteceu de forma tão fácil”.
Segundo Goulet, o sistema de alarme da galeria tinha sido recentemente desativado, uma informação ainda sob verificação pelas autoridades.
O Ministério da Cultura confirmou que as alarmes do museu soaram e que o pessoal seguiu os protocolos de segurança, contactando as forças policiais e garantindo a proteção dos visitantes.
O grupo tentou ainda incendiar o veículo usado na fuga, mas a intervenção de um funcionário do museu impediu o ataque, segundo a mesma fonte.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, afirmou que as imagens mostram os assaltantes mascarados a agir com calma, quebrando as vitrines onde estavam expostas as joias. Ninguém ficou ferido.
Dati descreveu os criminosos como “experientes e meticulosamente organizados”, tendo planeado a fuga em duas motas.
As joias roubadas
Foram roubadas oito peças do século XIX, pertencentes à antiga família real e imperial francesa. Entre elas:
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Um diadema e uma broche da imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão III;
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Um colar e brincos de esmeraldas da imperatriz Maria Luísa;
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Um diadema, colar e brincos de safiras pertencentes às rainhas Maria Amélia e Hortênsia;
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Uma broche reliquiário.
As peças, adornadas com milhares de diamantes e pedras preciosas, são consideradas de valor incalculável.
Duas joias — incluindo a coroa da imperatriz Eugénia — foram encontradas perto do museu, possivelmente caídas durante a fuga. As autoridades analisam o seu estado.
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Comprar um espaço para minha empresa.O especialista em arte Chris Marinello, diretor da Art Recovery International, alertou que os ladrões poderão desmantelar as peças, fundindo o metal precioso e retalhando as pedras para dificultar a identificação.
Uma corrida contra o tempo
Mais de sessenta investigadores estão destacados no caso, e a polícia acredita que o grupo atuou sob ordens de uma organização criminosa internacional.
As imagens de videovigilância da zona da fuga estão a ser analisadas para identificar os suspeitos.
Testemunhas relataram momentos de pânico total durante a evacuação do museu, e imagens posteriores mostram as entradas bloqueadas com grades metálicas.
Reações políticas e impacto nacional
O presidente Emmanuel Macron qualificou o roubo como “um ataque à nossa história”, enquanto Jordan Bardella, líder do Rassemblement National, falou de uma “humilhação intolerável”.
Já Marine Le Pen descreveu o incidente como “uma ferida na alma francesa”.
O Louvre permanece fechado
O museu informou no seu site que todos os bilhetes reservados serão reembolsados automaticamente.
Nesta segunda-feira, a polícia montou barreiras de segurança em torno da famosa Pirâmide de Vidro, e a data de reabertura ainda não foi anunciada.
Sendo o Louvre encerrado habitualmente às terças-feiras, prevê-se que possa reabrir apenas a partir de quarta-feira.
Um painel colocado à entrada informava:
“O Museu do Louvre estará encerrado hoje por razões excecionais. Todas as reservas para esta data serão reembolsadas. Agradecemos a vossa compreensão.”
Roubo com ecos históricos
Este não é o primeiro grande roubo na história do Louvre.
Em 1911, a famosa Mona Lisa foi furtada por um funcionário italiano e só recuperada dois anos depois.
Mais recentemente, o país tem enfrentado uma vaga de assaltos a museus, incluindo o Museu Adrien Dubouché de Limoges e o Museu Cognacq-Jay em Paris, ambos alvos de roubos milionários em 2024.
O caso atual levanta novas preocupações sobre a segurança dos museus franceses, apesar dos planos de modernização e reforço da vigilância prometidos no âmbito do projeto “Nouvelle Renaissance”, avaliado entre 700 e 800 milhões de euros.
