Na manhã de ontem, o presidente Mahamat Idriss Déby Itno iniciou a operação Haskanite com o objetivo de perseguir e neutralizar os assaltantes de Boko Haram, conforme indicado em um comunicado oficial que não especificou quais forças foram mobilizadas para a ação.
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Anuncie aqui: clique já!A operação segue uma ataque noturno em que uma guarnição com mais de 200 militares foi alvo dos elementos de Boko Haram, que tomaram o controle do local às 22 horas, recuperando armamentos e incendiando veículos equipados com armamentos pesados antes de se retirarem. Fontes locais relatam que a surpresa da ofensiva resultou em cerca de vinte feridos, incluindo a morte do comandante da unidade, conforme um oficial superior que preferiu não ser identificado. « Os elementos de Boko Haram tiveram tempo de recuperar munições e material antes de se retirar », acrescentou a mesma fonte.
O governador da região do Lago, em entrevista à AFP, afirmou: « Certamente tivemos muitas perdas, mas a situação está sob controle e nossas forças estão no local em busca do inimigo. »
Frequentes Ataques Terroristas
As tropas tchadianas são frequentemente alvo de ataques terroristas de Boko Haram na região do Lago Tchad, uma vasta área de água e pântano que abriga combatentes do grupo e de sua facção dissidente, o Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap).
A insurgência de Boko Haram surgiu em 2009 no Nigéria, resultando em cerca de 40.000 mortes e mais de dois milhões de deslocados, e se espalhou para os países vizinhos. Em março de 2020, jihadistas realizaram uma ofensiva letal em uma importante base tchadiana na península de Bohoma, que resultou em uma centena de mortes — as perdas mais significativas já registradas pelas forças armadas do Chad. Como resposta, o governo lançou a operação « a ira de Bohoma », uma grande ofensiva contra os jihadistas, liderada na época pelo marechal Idriss Déby Itno, pai do atual presidente.
Até junho de 2024, o Escritório Internacional para Migrações (OIM) registrou mais de 220.000 deslocados na província do Lago Tchad, em decorrência das ações de grupos armados.
O presidente Déby reafirmou seu compromisso com a defesa e segurança de todo o país, conforme mencionado no comunicado presidencial. Essa operação de ataque e contra-ofensiva ocorre em um momento em que o chefe de Estado reestruturou as forças armadas, realizando uma série de demissões e nomeações, possivelmente relacionadas à oposição de alguns oficiais à sua posição em relação ao Sudão.
Além disso, o governo tchadiano foi acusado de facilitar a entrega de armas dos Emirados Árabes Unidos para as Forças de Apoio Rápido (FSR), que estão em combate com o exército regular sudanês desde abril de 2023, resultando em milhares de mortos e milhões de deslocados. Tanto o Tchad quanto os Emirados negaram essas acusações.