O Zimbabué regista a sua maior colheita de trigo em 2022 e torna-se uma potência agrícola auto-suficiente no sector.
Numa altura em que os países do continente sofrem com o elevado custo dos cereais importados da Rússia e da Ucrânia, o Zimbabwe colherá 375.000 toneladas de trigo em 2022 e já não precisará de importar nenhuma por enquanto.
Uma das razões para estes números é a política agrícola do país. O governo está a investir fortemente numa das culturas mais importantes do Zimbabwe, com o trigo a representar cerca de 5% do seu produto interno bruto agrícola.
Em Outubro passado, o governo lançou um fundo de desenvolvimento de irrigação para pequenos proprietários no valor de 20 milhões de dólares. Implementado a partir de Janeiro de 2023, o fundo será também alimentado pela assistência financeira de 961 milhões de dólares do Fundo Monetário Internacional ao Zimbabué ao abrigo dos Direitos de Saque Especiais (DSE) concedidos pela instituição aos seus membros.
O executivo também pôs em prática uma política de distribuição de fertilizantes e compra de culturas para agricultores através de uma agência governamental chamada Grain Marketing Board.
No entanto, a direcção está a lutar para pagar aos agricultores apesar das garantias governamentais e da libertação de fundos de emergência.
Mas embora a produção de trigo do Zimbabué em 2022 seja única no continente, a colheita global do país permanece abaixo da média africana. Em particular, o país está a lutar para satisfazer as necessidades nacionais de milho, que continua a ser o principal cereal consumido pelo seu povo.
