Alexei Navalny vai ser hospitalizado

O líder da oposição russa, Alexei Navalny, vai ser internado num hospital de outra prisão, em Vladimir, uma cidade a 180 quilómetros de Moscovo. Navalny está na terceira semana de uma greve de fome e, de acordo com o próprio médico, em risco de morte.

No entanto, para o porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, « o estado de saúde das pessoas condenadas e sentenciadas no território da Federação Russa não pode e não deve ser um assunto do interesse [de outros países] ».

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O comentário de Peskov surge após o conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, ter afirmado que os Estados Unidos estão preocupados com a saúde de Navalny e que o governo russo será responsabilizado pelo que lhe acontecer.

Alexey Navalny foi detido a 17 de janeiro assim que aterrou em Moscovo, após ter estado internado cinco meses na Alemanha vítima de envenenamento.

Navalny relata dores agudas nas costas e dormência nas pernas, remanescentes do ataque da substância novichok, usada no ataque. O ativista já alegou ter sofrido maus tratos na prisão, incluindo privação de sono. “Exijo que Moscou obedeça a lei e que um médico venha me visitar”, afirmou em mensagem publicada por seus advogados no Instagram.

No dia 8, os advogados denunciaram que guardas prisionais tentam interromper o protesto do político ao fritar alimentos na sua frente – sobretudo pão e frango. Os únicos medicamentos aos quais Navalny tem acesso são ibuprofeno e analgésicos tópicos.

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Sullivan classificou o tratamento dado ao opositor como “totalmente injusto e impróprio”. Os EUA iniciaram uma série de sanções contra a Rússia, que envolveram a expulsão de dez diplomatas, na última quinta-feira (15). A UE (União Europeia), Reino Unido e França também expressaram preocupação sobre o tratamento dado a Navalny.

Adoecimento

O político quase morreu após uma tentativa de envenenamento por novichok em agosto de 2020 e passou meses em recuperação na Alemanha, motivo pelo qual foi sentenciado à prisão. Conforme a Justiça russa, Navalny teria violado os termos da liberdade condicional por uma condenação de 2014 por peculato.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeita a condenação, a que define como “ilegal”, enquanto Navalny a classifica como “forjada”. Navalny cumpre dois anos e meio de prisão na penitenciária de Pokrov, próxima a Moscou.

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“Este protestos não é só por mim, mas também por centenas de milhares de pessoas que não têm direitos”, escreveu a equipe de Navalny em seu Instagram. “Minha cabeça está girando muito, mas por enquanto estou seguindo [em frente] porque sinto o seu apoio. Obrigado”.