Amor e sexualidade: Margarida, 64 anos, João, 38 anos: “Escolhi um homem mais novo porque quero mais sexo do que as pessoas da minha idade”.

Margarida, 64 anos, namora com João, 38 anos, há 5 anos. Ela entrou num site de encontros com o objetivo de encontrar homens mais jovens. O motivo? É sexualmente mais ativa do que os homens da sua idade e sentiu-se muitas vezes frustrada quando lhe pediam para “ter calma”.

De acordo com um estudo, 6 em cada 10 homens são mais velhos do que as suas mulheres, mas apenas 8% dos casais têm uma diferença de idade superior a 10 anos. No entanto, nos últimos anos, registou-se uma mudança: a diferença média de idades parece estar a aumentar. Como é a vida destes casais que estão separados por quase uma geração? É possível ter uma relação equilibrada quando os dois parceiros não estão no mesmo ponto da vida?

PUBLICIDADE

Margarida, de 64 anos, e João, de 38 anos, mantêm uma relação há 5 anos: “Encontrei o perfil dele numa aplicação de encontros porque tive a sorte de ele não colocar quaisquer restrições de idade nas suas escolhas. Admitiu-me que, antes de mim, não tinha tido nenhum encontro com outro cidadão sénior. Eu tinha escolhido as minhas fotografias com cuidado. No início, vivemos a nossa história sem contar a ninguém. Eu sabia que os meus filhos me iriam julgar e que o João seria visto como um gigolô, o que ele não é de todo. Foi para o poupar a esta humilhação que quis esperar quase um ano antes de o apresentar à minha família. Antes disso, todos sabiam que eu andava com alguém, mas não tinham mais pormenores.

Uma questão de sexo

A decisão de Margarida de se juntar a um homem mais novo foi sobretudo uma questão de sexo: “Quero mais sexo do que os homens da minha idade. É assim, eu sei, porque tive relações durante algum tempo com homens entre os 50 e os 65 anos. De cada vez, faziam-me crer que me desejavam realmente, antes de me pedirem para me acalmar ao fim de alguns meses. Sentia-me sempre frustrada. Foi por isso que disse a mim própria que um homem mais novo seria melhor para mim. Escolhi o João porque o achava atraente. E depois fiquei com ele porque me apaixonei”.

PUBLICIDADE

Margarida teve dificuldade em convencer as pessoas que lhe eram próximas de que estava realmente apaixonada: “Os meus filhos tomaram-no por um capricho, os meus amigos por um vício. Não fazia ideia que uma simples história de amor pudesse ser tão difícil de engolir. Não fiquei zangada, não expulsei ninguém da minha vida. Apenas deixei o tempo fazer o seu trabalho. Nos últimos cinco anos, o João e eu estivemos sempre presentes um para o outro. É a melhor forma de provar o nosso amor ao mundo. Somos mais fortes do que a doença, a velhice e as dificuldades. E agora é lógico para toda a gente. Quando me convidam para ir a algum lado, é com ele. Quando o convidam, é comigo”.

Ela vai viver com ele

Margarida e João vivem juntos desde o confinamento: “Ele não queria que eu ficasse sozinha e era-me impossível imaginar ir viver com os meus filhos. Fui viver com ele porque era mais central e, portanto, mais prático para as compras e para a vida quotidiana. Foi uma discussão muito rápida e fluida. Antes disso, tinha jurado que não iria viver com ele. Tive um longo casamento com o pai dos meus filhos, que nem sempre foi feliz e no qual também desempenhei muito o papel de “bonniche”. Recuso-me a ser isso outra vez para um homem. Mesmo um homem que amo. Vivemos juntos porque partiu dele, porque ele estava verdadeiramente preocupado comigo e porque deixou claro desde o início que esta era a sua casa e que não faria menos do que antes. Ele queria mimar-me e eu não disse que não”.

No futuro, o casal planeia procurar uma casa própria: “Desde o primeiro confinamento, vendi a minha casa e o João concorda que o seu apartamento é por vezes um pouco pequeno para nós os dois. A ideia é comprarmos juntos um imóvel que nos sirva. Já começámos a procurar, mas eu sou exigente e não podemos afastar-nos muito do escritório do João. Vejo isto como um desafio, uma busca, uma aventura. Estou a divertir-me imenso. Selecciono os imóveis e faço as primeiras visitas enquanto o João está a trabalhar. À noite, apresento-lhe um relatório pormenorizado sobre o que gostei e o que não gostei. Ele cozinha-me o jantar todas as noites e fazemos amor quase todos os dias, mais quando é fim de semana ou feriado. Sou mais feliz do que alguma vez fui. É mais fácil agora que não tenho filhos para cuidar e sinto-me muito livre. Escolhi estar com ele, e isso muda tudo. E sei que ele também escolhe estar comigo. Saber isso torna-nos ainda mais felizes”.

PUBLICIDADE

leave a reply