Angola: José Eduardo dos Santos de regresso a casa

O ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos regressou nesta terça-feira, 14 de setembro 2021, ao seu país.

Supomos que só os familiares, os próximos do poder angolano e poucos mais saberiam deste regresso.

Apesar de ter imunidade garantida pela Constituição até ao final de 2022, José Eduardo do Santos demonstrou coragem ao regressar, outros provavelmente, não o teriam feito.

A sua filha Isabel, a mais velha dos irmãos, a primeira bilionária africana e ex-presidente da Sonangol, a companhia petrolífera nacional angolana, tem questões pendentes com a justiça do seu país, que a acusa de predação e saque de recursos petrolíferos e os seus ativos empresariais estão congelados desde 2019 e nunca mais voltou a Angola desde então.

O seu filho, José Filomeno, cumpre uma pena de cinco anos de prisão por desvio de fundos públicos enquanto chefe do Fundo Soberano de Angola, entre 2013 e 2018.

José Eduardo dos Santos, regressou ao país com o seu sucessor, João Lourenço, a lançar uma luta anticorrupção dirigida às pessoas que lhe são próximas e, em particular, aos seus familiares.

Depois de uma estadia de quase dois anos e meio em Barcelona, ​​Espanha, para onde se deslocou oficialmente por motivos de saúde, o regresso do ex-presidente angolano, suscita, no mínimo curiosidade, mas sobretudo muitas interrogações.

Porquê e para quê esse retorno a casa em semelhante contexto? E por quanto tempo? José Eduardo dos Santos voltou ao seu país – que governou durante 38 anos – para aí passar o resto da vida?

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Ou será que ele veio negociar um acordo com o seu sucessor para si mesmo – já que poderá ser processado quando sua imunidade expirar – ou para a sua família?

É possível que com o aproximar das eleições, em 2022, o regresso de Eduardo dos Santos possa ser uma estratégia do MPLA para fortalecer o partido antes do congresso marcado para dezembro 2021? E logo, uma subsequente reconciliação com João Lourenço?

Na qualidade de antigo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos goza, pela constituição angolana, de uma imunidade que o protege de qualquer processo criminal durante os cinco anos primeiros anos, após a sua saída do poder.

Portanto, pessoalmente, nada a temer da justiça do seu país pelo menos até ao final de 2022.

Quanto às respostas às perguntas que nos colocamos, elas serão, seguramente, conhecidas muito em breve.

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