Despedida a Dilon Djindji: O Rei da Marrabenta


Na madrugada de quarta-feira, o mundo da música moçambicana perdeu uma das suas maiores figuras: Dilon Djindji. Com 97 anos de vida e uma carreira repleta de conquistas, o « King da Marrabenta » faleceu no Hospital Central de Maputo, deixando um legado que ecoará por gerações.

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Dilon não era apenas um músico; era um verdadeiro lutador que transformou a sua paixão pela música num símbolo da cultura moçambicana. Ao longo da sua vida, conseguiu levar o ritmo vibrante da marrabenta além das fronteiras, mostrando ao mundo a riqueza sonora do Sul de Moçambique.

A sua trajetória não foi isenta de desafios. Apesar da coragem e resiliência que sempre demonstrou, a saúde foi um adversário difícil. Nos últimos anos, Dilon enfrentou internamentos e complicações, mas nunca deixou que isso ofuscasse o brilho da sua arte. Durante a sua última luta, teve a oportunidade de estar rodeado pela família que tanto amava: a esposa, os oito filhos e numerosos netos, que o apoiaram até ao fim.

Nascido a 14 de agosto de 1927 em Marracuene, Dilon começou a sua jornada musical aos 12 anos, quando construiu a sua primeira guitarra a partir de uma lata de óleo. O talento rapidamente se revelou, e aos 15 anos já se apresentava em casamentos e festas, guiado pela influência da irmã.

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A música sempre foi a sua forma de expressão, mas Dilon teve uma vida rica em experiências. Antes de se tornar o icónico « King da Marrabenta », foi pastor, jogador de futebol e até pugilista. O seu amor pela música nunca vacilou, mesmo durante o tempo em que trabalhou como mineiro na África do Sul ou numa cooperativa agrícola.

Em 1973, Dilon lançou o seu primeiro álbum, « Xiguindlana », e rapidamente se destacou com temas que retratavam a vida quotidiana moçambicana, como “Maria Teresa” e “Podina”. Entre as suas obras-primas, a canção « Xitlanwana » é frequentemente considerada a sua magnum opus, um verdadeiro hino que encapsula a essência da marrabenta. Na sua maturidade, a sua carreira internacionalizou-se ao juntar-se aos Mabulu, uma fase em que encantou audiências em países como Portugal, Inglaterra e Noruega, com performances marcantes e passos de dança únicos.

A história de Dilon foi immortalizada em 2013, num livro intitulado « Vida e obra de Dilon Djindji ». O seu trabalho e dedicação à música foram reconhecidos com a « Medalha de Mérito de Artes e Letras », um símbolo do impacto que teve na cultura.

Para Dilon, cantar era mais do que uma arte; era uma missão. Ele acreditava que a sua música trazia alegria aos corações e conforto aos seus antepassados.

Agora, o « Rei da Marrabenta » encontra o descanso eterno, mas o seu legado musical permanecerá vivo, recordando a todos nós a beleza e a força da música moçambicana. Obrigado, Dilon Djindji, por tudo o que nos deixaste.

Fonte: Jornal Notícias

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