Desporto/Atletismo: Sha’Carri Richardson regressou para ganhar

Norte-americana bateu dupla jamaicana mesmo competindo na pista 9

A norte-americana Sha’Carri Richardson venceu finalmente os 100 metros de uma grande competição mundial de atletismo, em Budapeste, redimindo-se de forma espetacular e atribulada dos desaires amargos das últimas épocas. A única final feminina do dia dos Mundiais que estão a decorrer em Budapeste esteve muito perto de não contar com ela – foi a última das atletas repescadas, mas no final brilhou mesmo, com uma corrida canhão que ganhou em 10,65 segundos, derrotando as rivais jamaicanas.

A fechar o programa do terceiro dia dos Mundiais, os 100 metros não desiludiram, com as seis melhores do ano em pista e alguma expectativa quanto a um inédito sexto título para a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce, a campeã do ano passado. Já se sabia que Sha’Carri, de 23 anos, era talentosa, mas não a ponto de correr na pista mais exterior, largar em último e ainda assim não desistir e finalizar em 10,65, quinta melhor marca de todos os tempos. E conseguiu-o nem uma hora depois de ter sofrido e bem para chegar à final, já que foi somente a nona na ronda das meias-finais, repescada por tempo.

Visivelmente em choque, logo que percebeu que era campeã, Sha’Carri demorou tempo a recompor-se e a assumir que a sua carreira levava ali uma grande viragem. Para trás, fica o dececionante ano de 2021, em que falhou os Jogos Olímpicos por um controlo positivo por canábis, e também o desaire total de 2022, em que falhou os Mundiais no Oregon, por não ter conseguido lugar na seleção dos Estados Unidos.

A Jamaica fica com o resto do pódio, através de Sherika Jackson (10,72) e Fraser-Pryce, a campeã do ano passado (10,77), no que foi uma das melhores corrida de sempre do hectómetro.

O mote de vingança dos Estados Unidos sobre a Jamaica, na rivalidade da velocidade e barreiras, já tinha sido lançado com o ‘tri’ de Holloway nos 110 metros barreiras, a derrotar o campeão olímpico, Hansle Parchment. Desta vez, Parchment não conseguiu contrariar o favoritismo de Holloway – impecável na passagem das barreiras – terminando em 13,07 contra 12,96 do rival norte-americano. Com o bronze de Daniel Roberts, em 13,09, os Estados Unidos fecharam o dia com três medalhas nas velocidades e barreiras, tal como a Jamaica, com ambas as delegações a reforçar o seu peso no quadro de medalhas.

No quadro global de medalhas, os Estados Unidos reforçam o domínio avassalador, com nove pódios, incluindo cinco ouros.

Após as provas de hoje, são já 23 as delegações que conquistaram medalhas em Budapeste.

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