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Desporto/Tênis: Djokovic Vinga-se de Zverev e Avança para a 51.ª Meia-final do Grand Slam em Roland-Garros

Paris – A última vez que Novak Djokovic enfrentou Alexander Zverev, foi obrigado a abandonar o court com semblante sombrio, depois de uma lesão ter forçado a sua desistência na meia-final do Open da Austrália, em Janeiro.

Na noite desta quarta-feira, no Court Philippe-Chatrier, o cenário foi radicalmente diferente. Após 3h17 de jogo intenso, o n.º 6 do ranking recuperou de um set em desvantagem para vencer o 3.º cabeça de série por 4-6, 6-3, 6-2 e 6-4, garantindo um lugar nas meias-finais de Roland-Garros pela 13.ª vez na carreira e somando a sua 51.ª presença em meias-finais de torneios do Grand Slam — um recorde absoluto no circuito masculino, ficando agora apenas a uma do registo global de Chris Evert.

Com esta vitória, o três vezes campeão do torneio francês torna-se ainda o segundo jogador mais velho da Era Open a alcançar as meias-finais em Paris, atrás apenas de Pancho Gonzales, em 1968.

“Vencer um dos melhores do mundo num dos maiores palcos é exatamente o motivo pelo qual continuo a desafiar-me todos os dias, mesmo nesta fase da carreira”, declarou Djokovic no final. “É a prova de que ainda consigo jogar ao mais alto nível.”

Uma lição táctica sob vento e pressão

Durante todo o encontro, Djokovic mostrou-se fiel a uma estratégia clara: variar o ritmo de jogo. As condições ventosas obrigaram a adaptações constantes, incluindo a troca de raqueta logo após o 0-2 no primeiro set. Esta abordagem acabou por ser determinante para contrariar os ataques de fundo de Zverev e explorar a sua posição recuada no court.

“No último jogo, a minha táctica foi só jogar amortis,” explicou o sérvio. “Joguei três ou quatro seguidos… Talvez não se veja na televisão, mas o vento obriga a bater com o dobro da força. Era essencial variar o jogo.”

Djokovic chegou mesmo a confessar:

“Estava a jogar contra o vento e contra o adversário. Senti que a bola não ia para onde eu queria. Tive de arriscar, trazer o Zverev para a rede, usar amortis, serviço-volley. Era preciso ser criativo.”

E essa criatividade foi visível: no rally de 24 pancadas que lhe garantiu o segundo set, e num ponto-chave no quarto set, onde mais uma vez usou amortis para desestabilizar o alemão.

Uma quebra inicial… e mais nenhuma

O jogo não começou bem para Djokovic, que perdeu o serviço logo no primeiro jogo com dois erros não forçados. Zverev, finalista em 2024, entrou mais sólido nas condições frias e instáveis de Paris. Mas foi sol de pouca dura.

Djokovic não voltou a perder o serviço durante todo o encontro e só enfrentou três pontos de break. No segundo set, com 3-1 no marcador, anulou um desses pontos com um serviço indefensável e segurou o jogo após quatro igualdades. No quarto set, com 3-2, protagonizou um rally de 41 pancadas que pode ter decidido o jogo.

Zverev teve duas hipóteses de fechar o ponto com smashes, mas falhou ambos. Djokovic, com um amorti seguido de uma direita cruzada, encerrou o ponto com mestria. O momento seguinte foi digno de museu: de mãos nas ancas, respirando fundo, Djokovic recebeu uma ovação de pé do público parisiense.

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Próximo desafio: Sinner… e talvez Alcaraz

Com a sua 101.ª vitória em Roland-Garros, Djokovic prepara-se agora para defrontar o n.º 1 mundial, Jannik Sinner, nas meias-finais. Será o primeiro confronto entre ambos num Grand Slam desde que Sinner derrotou Djokovic no Open da Austrália em Janeiro. O confronto direto está empatado em 4-4, mas o sérvio perdeu os últimos três encontros.

Se ultrapassar Sinner e se Carlos Alcaraz (n.º 2) vencer Lorenzo Musetti na outra meia-final, Djokovic terá uma oportunidade histórica: nenhum jogador venceu os três primeiros do ranking ATP para conquistar um título do Grand Slam.

A ambição é clara. E, para Djokovic, a história continua a ser escrita em Paris.