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“É preciso aprofundar as causas para melhor debelar a Guerra em Cabo Delgado”

Numa palestra alusiva aos 30 anos da democracia multipartidária, o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, mostrou-se pouco convencido que a questão dos recursos naturais seja a causa das acções terroristas no norte de Cabo Delgado e, disse que uma melhor resposta, depende do conhecimento das causas.

Numa palestra presenciada por representantes de partidos políticos, juristas, académicos e líderes religiosos, Joaquim Chissano falou do percurso do país até à adopção da democracia multipartidária, e não se escudou, quando questionado, de abrir o peito sobre a situação de Cabo Delgado.

Enquanto algumas correntes associam as acções “terroristas” em curso desde outubro de 2018, que já atingem sete distritos daquela província, a interesses em volta dos recursos naturais, nomeadamente, o gás natural na bacia do Rovuma, Chissano considera que pode não ser bem assim.

“Ainda não cheguei à conclusão de que o que se passa em Cabo Delgado é devido aos interesses pelos recursos que lá existem. Nem sempre há guerra desse género onde há recursos. É frequente aqui e acolá encontrar um apequena relação, mas não se manifesta dessa mesma maneira.”, posicionou-se Chissano, dando como exemplo alguns países com recursos abundantes, mas que não tem qualquer conflito.

Segundo o antigo estadista, uma melhor resposta ou combate aos terroristas que ali se instalaram, depende de uma melhor compreensão das causas.

“Para sabermos o que fazer, devemos ter um diagnóstico claro”, frisou.

Por outro lado, o antigo estadista considera que o diálogo é uma via que deve sempre ser tida em conta, mesmo para a situação de Cabo Delgado, apesar de ser um conflito considerado complexo.

Por: opais.sapo.mz

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