A cada dia que passa, chega-se mais perto do colapso ambiental. Problemas no meio ambiente, como aquecimento global e buraco na camada de ozônio, são uma ameaça à vida humana, como também é um perigo para a permanência de qualquer ser vivo no planeta Terra. Mas um dos problemas ambientais que mais preocupam é a poluição, e suas consequências.
Dessas, uma forma que está mais evidente é a poluição de plástico que é descartado na natureza. O material pode demorar até mais de 600 anos para se decompor no meio ambiente. De acordo com o estudo de especialistas no assunto, o tempo médio de biodegradação do plástico é de 50 anos para copos plásticos, 200 anos para canudinhos e cerca de 450 anos para garrafas plásticas.
A poluição de plástico acarreta uma infinidade de consequências naturais. Por isso mesmo, o homem deveria ter mais cuidado com o que faz com os produtos ou resíduos de plástico.
Para resolver esse problema, pesquisadores da empresa de desenvolvimento industrial Carbios criaram uma enzima bacteriana mutante que consegue quebrar garrafas de plástico para serem recicladas em apenas algumas horas.
A reciclagem é uma forma de reaproveitar as matérias-primas que são descartadas e nesse sentido, reciclar significa diminuir a quantidade de resíduos que vêm dos produtos que já foram consumidos pelo ser humano.
A enzima criada pela empresa consegue quebrar garrafas PET de plástico em seus compostos químicos individuais. E eles podem ser neutralizados depois para que se possa fazer novas garrafas.
O plástico reciclável que é feito pelo processo convencional, chamado « termomecânico », não tem uma qualidade suficientemente alta para que possa ser usado de novo para fazer outras garrafas. Por isso ele é suado para fazer outros produtos, como por exemplo roupas e tapetes.
A reutilização desse plástico também não é só uma questão ambientalista. As empresas podem economizar se beneficiando dessa enzima. Por isso a Carbios fez uma parceria com os principais líderes da indústria, incluindo grandes empresas como Pepsi e L’Oreal, para que eles a ajudassem a desenvolver a tecnologia. E a revista « Nature » publicou um artigo falando sobre essa descoberta.
Chamada « PET hydrolase » essa enzima pode quebrar 90% dos polímeros PET em somente 10 horas. « Esta enzima optimizada e altamente eficiente supera todas as hidrolases de PET relatadas até agora », diz o resumo do artigo.
Essa nova enzima foi identificada pela primeira vez em 2012 em um monte de folhas compostadas. »Foi completamente esquecido, mas acabou sendo o melhor », disse Alain Marty, da Université de Toulouse, na França, e o director científico da Carbios.
Além da vantagem conhecida, essa nova enzima é bem econômica em termos de produção. Segundo os pesquisadores, fabricar um plástico novo a partir do petróleo seria 25 vezes mais caro.
« É um verdadeiro avanço na reciclagem e fabricação de PET », disse Saleh Jabarin, professor da Universidade de Toledo, Ohio e membro do Comitê Científico da Carbios.
De acordo com Marty, os pesquisadores esperam conseguir testar o potencial industrial e comercial desse material em 2021.
« Nosso objectivo é estar em operação até 2024, 2025, em larga escala industrial », disse o vice-executivo da Carbios Martin Stephan.