Europa/Guerra na Ucrânia: Washington e Londres prometem satisfazer as exigências militares de Kiev

Em Kiev, na quarta-feira, os chefes da diplomacia americana e britânica prometeram responder “com urgência” às exigências da Ucrânia, que incluem o direito de atacar o território russo com mísseis ocidentais.

Esta visita do Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken e do seu homólogo britânico David Lammy ocorre num momento delicado para a Ucrânia, com as suas forças em dificuldades na frente oriental, apesar de uma ofensiva surpresa lançada no início de agosto na região russa de Kursk.

Para contrariar o avanço russo, Kiev pede incessantemente autorização para atacar alvos mais distantes na Rússia, utilizando mísseis de longo alcance que lhe foram fornecidos pelo Ocidente, enquanto Moscovo, por seu lado, é acusada de ter recebido mísseis balísticos do Irão.

“Estamos a trabalhar urgentemente para continuar a assegurar que a Ucrânia tem o que precisa para se defender eficazmente”, disse Blinken numa conferência de imprensa, acrescentando que o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Primeiro-Ministro britânico, Keir Starmer, iriam discutir a questão em conjunto na sexta-feira.

“O nosso apoio não irá vacilar, a nossa unidade não irá quebrar”, acrescentou Blinken, que considerou a sua visita como um sinal de empenhamento na ‘vitória’ da Ucrânia.

O seu homólogo ucraniano, Andriï Sybiga, apelou ao “levantamento de todas as restrições à utilização de armas americanas e britânicas contra alvos militares legítimos na Rússia”.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou ter tido conversações “muito substanciais” com Blinken e Lammy e ter “discutido todas as questões essenciais”. “É importante que os argumentos ucranianos sejam ouvidos”, afirmou. Na quarta-feira, Zelensky tinha sublinhado que a “vitória” do seu país nesta guerra dependia “essencialmente” dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, Blinken anunciou uma nova ajuda de 717 milhões de dólares para o sector energético da Ucrânia, devastado pelos bombardeamentos russos, bem como para o abastecimento de água potável e a desminagem.

“Centenas” de mísseis antiaéreos

David Lammy, cujo governo trabalhista, com dois meses de existência, se comprometeu a continuar a ser um dos principais apoiantes da Ucrânia, prometeu entregar “centenas” de mísseis antiaéreos, dezenas de milhares de cartuchos de artilharia e veículos blindados até ao final do ano.

Reiterou o compromisso do seu governo de fornecer 600 milhões de libras (710 milhões de euros) de ajuda económica a Kiev.

A Ucrânia também recebeu boas notícias financeiras na terça-feira, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a anunciar um acordo que abre a porta à disponibilização de uma nova tranche de ajuda no valor de 1,1 mil milhões de dólares.

Até agora, os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, têm-se recusado a dar luz verde a ataques em profundidade em território russo, temendo uma escalada que poderia levar a um conflito direto com Moscovo. Até agora, os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, recusavam-se a dar luz verde a ataques em profundidade no território russo, receando uma escalada que poderia levar a um conflito direto com Moscovo.

O Pentágono também considerou que essa autorização não seria “decisiva” para inverter o rumo da guerra. Questionado sobre o assunto em Washington, o Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que estava “a pensar no assunto neste momento”. O Sr. Blinken disse que “não podia excluir” uma luz verde. Por seu lado, o Kremlin avisou na quarta-feira que a Rússia daria uma resposta “adequada” se a Ucrânia fosse autorizada a utilizar estas armas contra o seu território.

Mísseis iranianos


Na quarta-feira, a Ucrânia apelou também aos seus vizinhos para que abatam os mísseis e drones russos quando estes sobrevoam o oeste do país, como aconteceu num recente ataque à cidade de Lviv.

“Os russos […] estão a atacar cada vez mais frequentemente instalações próximas da fronteira da NATO”, afirmou o chefe da diplomacia ucraniana, Andriï Sybiga, apelando a uma ‘resposta conjunta, firme e decisiva’. A Lituânia, um dos principais apoiantes da Ucrânia, defendeu que os aviões da NATO estacionados nos países bálticos devem abater os drones russos no espaço aéreo do seu país e dos países vizinhos, na sequência de vários incidentes recentes envolvendo aviões disparados por Moscovo.

O debate sobre as restrições aos mísseis entregues à Ucrânia surge numa altura em que Washington avisou esta semana que o Irão estava a entregar mísseis de curto alcance à Rússia, que os poderia utilizar para atacar o território ucraniano nas próximas semanas.

Na quarta-feira, o Reino Unido convocou o encarregado de negócios iraniano a Londres para protestar contra esta alegada entrega. Segundo a imprensa britânica, Biden, que se reunirá com o primeiro-ministro britânico na sexta-feira, deverá levantar o veto dos EUA à utilização pela Ucrânia de mísseis de cruzeiro Storm Shadow fornecidos por Londres contra alvos na Rússia.

Uma das principais exigências da Ucrânia é, no entanto, a flexibilização das restrições à utilização dos sistemas de mísseis tácticos ATACMS dos EUA, que podem atingir alvos a 300 quilómetros de distância.

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