Num momento de vulnerabilidade inesperada, o líder norte-coreano Kim Jong-Un mostrou recentemente um lado emocional da sua personalidade. Num encontro com mulheres em Pyongyang, Kim, conhecido pelo seu punho de ferro, desfez-se em lágrimas. Dirigindo-se a milhares de mulheres, o presidente norte-coreano falou da necessidade urgente de aumentar a taxa de natalidade do país.
Kim Jong-Un, normalmente visto como um símbolo de poder e autoridade, deu por si a enxugar as lágrimas com um lenço enquanto pedia às mulheres que “cumprissem o seu dever”. Muitas das mulheres presentes desataram logo a chorar, como que a acompanhar o líder.
Tal como muitos países, incluindo no Ocidente, a Coreia do Norte, frequentemente descrita como um país isolado, está a enfrentar um declínio demográfico. Desde o último recenseamento, em 2008, a taxa de natalidade diminuiu significativamente, com as mulheres norte-coreanas a terem uma média de 1,79 filhos, uma queda significativa em comparação com as décadas anteriores.
Segundo os peritos sul-coreanos, esta situação demográfica é o resultado de vários factores. O desejo de prosperidade das famílias norte-coreanas está a levá-las a limitar o número de filhos, devido aos custos associados à sua educação e integração no mercado de trabalho.
Face a estes desafios, Kim Jong-Un optou por utilizar uma retórica emocional para incentivar as mulheres a terem mais filhos. O país está também a tentar desenvolver a sua agricultura para evitar uma grande fome no futuro. Suspeitou-se mesmo que a Rússia quisesse ajudar o país a melhorar o seu desempenho agrícola em troca do fornecimento de munições.
