Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira a sua retirada da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, declarando que a permanência na agência já não serve aos interesses nacionais norte-americanos.
« A UNESCO promove causas sociais e culturais divisionistas e mantém um foco excessivo nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda ideológica e globalista de desenvolvimento internacional que colide com a nossa política externa America First », declarou Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado, em comunicado oficial.
De acordo com a Casa Branca, esta decisão baseia-se no apoio contínuo da UNESCO a “causas culturais e sociais consideradas radicais e desalinhadas com as políticas de bom senso pelas quais os americanos votaram em novembro”, afirmou Anna Kelly, vice-porta-voz da presidência, ao jornal New York Post.
A retirada, que será efetiva no final de dezembro de 2026, representa um duro golpe para a agência sediada em Paris, criada após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de promover a paz através da cooperação internacional nas áreas da educação, ciência e cultura.
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A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, declarou na terça-feira que o anúncio “não foi uma surpresa”.
“Lamento profundamente a decisão do Presidente Donald Trump de, uma vez mais, retirar os Estados Unidos da UNESCO”, afirmou Azoulay. “Apesar de lamentável, esta decisão já era esperada, e a organização estava preparada.”
Durante o seu primeiro mandato, Trump já havia retirado os EUA da UNESCO, assim como da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Conselho de Direitos Humanos da ONU, do Acordo de Paris sobre o clima e do acordo nuclear com o Irão de 2015.
Essas decisões foram revertidas por Joe Biden em 2021, que reintegrou os EUA na UNESCO, na OMS e no pacto climático internacional.
Com o regresso de Trump à Casa Branca, os Estados Unidos iniciam nova retirada de organismos internacionais.
A UNESCO é amplamente conhecida pela designação de Patrimónios Mundiais da Humanidade, como o Grand Canyon nos EUA e a antiga cidade de Palmira, na Síria.
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Anuncie aqui: clique já!Os Estados Unidos foram membros fundadores da UNESCO em 1945, mas retiraram-se pela primeira vez em 1984, alegando má gestão financeira e um alegado viés antiamericano. Voltaram em 2003, sob a presidência de George W. Bush, que na altura reconheceu as reformas implementadas pela organização.
Atualmente, os Estados Unidos contribuem com cerca de 8% do orçamento total da UNESCO, uma queda significativa em relação aos 20% que representavam quando Trump efetuou a primeira saída do país da agência.