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Internacional/Médio Oriente: Apenas 87 camiões de ajuda humanitária entram em Gaza, uma gota no oceano das necessidades

Na quarta-feira, o equivalente a 87 camiões de ajuda humanitária entrou na Faixa de Gaza, após mais de dois meses e meio de bloqueio total, anunciou a Organização das Nações Unidas (ONU) na noite de quarta para quinta-feira, 22 de maio. Apesar deste envio, a ONU alerta que este volume representa apenas “uma gota de água no oceano” das necessidades da população de Gaza, tendo em conta que, antes do conflito, cerca de 500 camiões entravam diariamente na região.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou que cerca de 90 carregamentos foram enviados para Gaza pelo ponto de passagem de Kerem Shalom. No entanto, as autoridades israelitas limitaram o acesso das equipas da ONU a uma zona congestionada, considerada insegura e propensa a pilhagens, devido às duras condições enfrentadas nos últimos meses.

O serviço de imprensa do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, também confirmou a entrada destes camiões através de uma publicação no Telegram. Israel tinha previamente informado a entrada de 100 camiões de ajuda na quarta-feira, contendo farinha, alimentos para bebés e material médico, depois de 93 camiões terem sido autorizados no dia anterior e cerca de 10 na segunda-feira. Porém, inicialmente, nenhuma carga conseguiu sair da área de transbordo em Kerem Shalom.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que foi retomada em 18 de março após uma trégua de dois meses, visa libertar reféns e destruir o Hamas. O governo de Benyamin Netanyahu anunciou no início de maio um plano para a “conquista” de Gaza, território que Israel ocupou entre 1967 e 2005, o que implica o deslocamento interno de grande parte dos 2,4 milhões de habitantes da região.

Apesar do conflito, Netanyahu declarou estar aberto a um cessar-fogo temporário para libertar reféns. Segundo ele, 20 dos 58 reféns detidos em Gaza estão « certamente vivos ». Netanyahu afirmou ainda que, ao final da ofensiva, toda a Faixa de Gaza estará sob controlo do exército israelita.

Entretanto, na quarta-feira, disparos israelitas interromperam uma visita de diplomatas estrangeiros organizada pela Autoridade Palestina em Jenin, na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. O exército israelita justificou os tiros como “tiros de aviso” devido à alegada saída da delegação do percurso autorizado, provocando uma onda de críticas internacionais. Netanyahu optou por não comentar o incidente perante a imprensa.

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