As autoridades moçambicanas registaram 11 raptos e 27 detenções ligadas a crimes desde Janeiro, anunciou no parlamento a Ministra do Interior moçambicana Arsénia Massingue.
« As vítimas estão nas suas famílias, com excepção dos casos ocorridos na cidade de Maputo a 3 de Outubro e 1 de Novembro », disse ela durante o segundo dia do período de perguntas no parlamento.
Do total, foram registados sete raptos na cidade de Maputo, a capital moçambicana, e o resto em outras regiões.
Segundo a ministra, a maioria dos 27 detidos por alegado envolvimento nos casos de rapto encontra-se na província de Sofala (12), seguida de Maputo com 10 detidos e Nampula com cinco.
« Durante o período de referência, seis indivíduos foram também detidos em relação a casos anteriores », acrescentou o ministro.
Arsénia Massingue disse que foram feitos esforços e recursos para identificar e responsabilizar os envolvidos nos raptos, com o objectivo de restaurar um ambiente de segurança para a população.
Maputo e outras cidades moçambicanas, principalmente capitais provinciais, têm sido novamente palco de uma onda de raptos desde 2020, visando principalmente empresários ou os seus familiares.
A Procuradora Geral, Beatriz Buchili, afirmou em Maio que « alguns » agentes policiais, investigadores, advogados e magistrados são suspeitos de envolvimento nos raptos. Os crimes têm vindo a aumentar e em alguns casos há ramificações com a África do Sul, disse Beatriz Buchili.
Segundo o magistrado, há vítimas que são « constantemente chantageadas » mesmo após a sua libertação, continuando a pagar somas de dinheiro para garantir que não são raptadas de novo.