Moçambique: Investigação após vídeo mostra soldados a queimar cadáveres

As forças regionais em Moçambique que combatem a violência jihadista lançaram uma investigação depois de um vídeo ter surgido nas redes sociais mostrando soldados a atirar cadáveres sobre uma pilha de escombros queimados, disse o exército sul-africano (SANDF) na terça-feira.

O comando está “a investigar o envolvimento dos seus membros neste acto desprezível”, disse a SANDF, que enviou tropas para Moçambique, numa declaração. “Os culpados serão levados à justiça”.

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As imagens amplamente partilhadas mostram soldados a atirar corpos para um incêndio onde pelo menos um outro corpo já está a arder. Um deles deita líquido sobre os restos mortais enquanto outros, incluindo um que usa o sinal do exército sul-africano, vêem e filmam a cena com telemóveis.

Acredita-se que o incidente tenha ocorrido algures em Novembro de 2022, de acordo com a SANDF.

O principal partido da oposição sul-africana (DA) chamou aos actos uma “vergonha” para o país numa declaração, recordando a existência de regras internacionais para o tratamento dos mortos “mesmo em zonas de conflito”.

A província nordeste de Cabo Delgado tem sido flagelada desde 2017 pela violência jihadista que já deixou quase 4.500 mortos, incluindo quase 2.000 civis, segundo a ONG Acled, que recolhe dados em zonas de conflito. A violência também causou a fuga de um milhão de pessoas das suas casas, de acordo com a ONU.

Mais de 3.000 tropas africanas foram destacadas em 2021 para a região pobre e maioritariamente muçulmana que faz fronteira com a Tanzânia, para apoiar o exército moçambicano.

A violência diminuiu de intensidade, mas os ataques esporádicos continuam.

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