O presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou na terça-feira a suspensão temporária da operação de três portagens na província de Gaza, no sul do país, a partir de 15 de junho. Durante um comício popular no distrito de Chókwè, onde se encontra em visita de trabalho, o chefe de Estado explicou que as portagens localizadas nas estradas Chókwè-Macia, Chókwè-Macarretane e Macia-Praia do Bilene, geridas pela concessionária Rede Viária de Moçambique (Revimo), deixarão de funcionar provisoriamente.
Segundo Chapo, a decisão prende-se com o facto de que estas portagens “não estão a dar retorno financeiro”. “A política do utilizador-pagador continuará em todo o país, mas no caso destas três portagens, que referi, os custos com salários e energia mensal são superiores às receitas obtidas”, afirmou.
O presidente sublinhou que, devido ao baixo volume de tráfego, a manutenção dessas portagens não é viável. “Um negócio que gasta mais do que ganha não é um negócio”, reforçou. “O objetivo da política do utilizador-pagador é garantir que o desgaste provocado pelo volume de veículos seja coberto para possibilitar reparações atempadas. Neste caso, isso não acontece.”
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Comprar um espaço para minha empresa.As portagens tinham sido reativadas em várias estradas do país no dia 15 de maio, após uma suspensão que durou vários meses devido a manifestações e protestos decorrentes das eleições gerais de outubro de 2024. Na altura, o governo anunciou medidas extraordinárias para aliviar o custo de vida e apoiar a recuperação económica, incluindo a revisão das taxas das portagens, com foco especial no transporte público e nos residentes das áreas próximas.
Moçambique tem enfrentado protestos e instabilidade social significativos, liderados pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados oficiais das eleições de outubro, que deram a vitória a Daniel Chapo. Segundo organizações não-governamentais que acompanharam o processo, os confrontos resultaram na morte de cerca de 400 pessoas.
Em 21 de maio, Mondlane e Chapo reuniram-se novamente, numa tentativa de pacificação do país, dando seguimento ao primeiro encontro realizado a 23 de março, quando ambos se comprometeram a pôr fim à violência que afeta Moçambique.