Moçambique: Electricidade de Moçambique vai construir duas centrais solares, uma delas a primeira flutuante

A Electricidade de Moçambique (EDM) vai construir e explorar novas centrais solares nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, estando também a avançar com uma central solar flutuante na barragem de Chicamba, em Manica.

Num comunicado divulgado segunda-feira, 4 de dezembro, a elétrica estatal afirmou ter assinado um memorando de entendimento com a Africa50 para o “desenvolvimento de projetos de produção e transporte de energias renováveis”, no âmbito de iniciativas para “impulsionar a Transição Energética em Moçambique”.

Para tal, a Africa50 “vai cooperar com a EDM no desenvolvimento, financiamento, construção e operação” das centrais solares onshore de Montepuez, em Cabo Delgado, e de Angoche, em Nampula, com capacidade instalada de 100 MegaWatts (MW) e 60 MW, respetivamente, incluindo a componente de armazenamento de energia.

“Os acordos incluem ainda o desenvolvimento da primeira central solar flutuante de 100 MW na albufeira da Central Hidroeléctrica de Chicamba, com o objectivo de aproveitar as superfícies hídricas existentes para a produção de energia, poupando assim terras aráveis ​​para fins agrícolas”, acrescenta o documento.

Além destes projectos, os CEO das duas empresas assinaram um memorando de entendimento para a implementação de projectos de transmissão de energia eléctrica: a Linha Metoro – Montepuez – Marrupa, 285 quilómetros e 220 kV, a Linha Maputo – Matutu, 72 quilómetros e 400 kV, e a Linha Massinga – Vilankulo, 200 km e 110kV, bem como a construção de subestações.

“Ao focar na diversificação da matriz energética, esperamos produzir cerca de 200 MW de energia renovável nos próximos anos. Desta forma, a EDM está na vanguarda da transição energética e também está alinhada com os pressupostos do Acordo de Paris, que visa reduzir o aquecimento global”, afirmou o presidente do conselho de administração da eléctrica moçambicana Marcelino Gildo Alberto, após assinatura o acordo no último sábado (2) em Dubai.

O Africa50 foi criado pelos governos africanos e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para colmatar a lacuna de financiamento de infra-estruturas em África, facilitando o desenvolvimento de projectos, mobilizando financiamento e investindo em infra-estruturas.

O entendimento entre as duas partes, que envolveu quatro acordos, foi alcançado durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28).

“Esperamos unir forças com a EDM para acelerar a implantação de infra-estruturas de energia verde na produção e transmissão de electricidade, alavancando o capital do sector privado e a nossa parceria com a iniciativa Africa Green Investment dos Emirados Árabes Unidos para fazer estes investimentos significativos em Moçambique, ” disse o presidente da Africa50, Alain Ebobissé, citado no comunicado da elétrica moçambicana.

Na ocasião, após discursar no sábado na COP28, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse que a nova Estratégia de Transição Energética “não só coloca Moçambique na vanguarda da inovação climática, mas também nos posiciona como um destino atraente de investimento sustentável”.

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