A Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique vai lançar, esta sexta-feira, a primeira pedra da reconstrução do Instituto de Saúde de Nhamatanda, com um investimento de 33 milhões de meticais. As obras serão executadas pela China State Construction Engineering, reconhecida como a maior empresa de construção do mundo.
“Com esta obra, pretendemos garantir que a comunidade de Nhamatanda disponha de mais pessoas, sobretudo jovens, formadas em áreas de saúde”, declarou Dino Foi, presidente da fundação.
A fundação tem estado particularmente activa na reconstrução das zonas devastadas pelo ciclone Idai, que, em 2019, destruiu infra-estruturas críticas em várias províncias. A nova unidade de ensino contará com biblioteca, sala de informática e capacidade para triplicar o número de estudantes, passando dos actuais 157 para 357, com impacto directo na juventude local e na qualidade do sistema de saúde da região.
“A nossa intenção é reforçar a capacidade deste instituto, que sofreu bastante com os impactos do Idai”, acrescentou Dino Foi.
As obras terão a duração de 11 meses e serão realizadas no centro da vila de Nhamatanda, numa zona considerada estratégica para a formação em saúde na província de Sofala.
Publicidade_Pagina_Interna_Bloco X3_(330px X 160px)
Comprar um espaço para minha empresa.Uma presença asiática cada vez mais visível
Esta iniciativa insere-se num plano mais amplo de reconstrução, financiado na totalidade pela Fundação Tzu Chi, que desde 2012 actua em Moçambique, apoiando autoridades locais em momentos de crise. Em Sofala, o pacote de apoio da fundação ultrapassa os 100 milhões de dólares, incluindo a construção de mais de 3.000 casas e 23 escolas.
Em 2023, a organização entregou ao Governo a Escola Secundária de Mafambisse, hoje considerada a maior escola secundária do país, com um custo de 13 milhões de dólares, inteiramente financiados pela fundação.
Enquanto isso, a ajuda europeia, embora significativa em termos diplomáticos e institucionais, é muitas vezes percebida como lenta, burocrática e limitada em impacto directo nas comunidades.
Em contrapartida, a agilidade da cooperação asiática, como exemplifica o caso da Tzu Chi, permite respostas mais rápidas, centradas em resultados tangíveis, sobretudo em áreas críticas como educação, saúde e habitação.
Uma oportunidade de reflexão para os parceiros europeus?
A reconstrução de Nhamatanda lança um sinal claro: é possível transformar vidas e territórios com apoios estrangeiros bem orientados, sem intermediários excessivos e com execução eficiente.
Para muitos analistas locais, este tipo de acção directa deveria inspirar também os programas europeus, para melhorar a sua ligação com as realidades locais, reduzir a burocracia e aumentar a visibilidade e o impacto social da sua presença.