Mario Draghi aceita missão de formar governo de emergência na Itália
Na Itália, o contexto é de intensos embates políticos, o que deverá tornar a missão do ex-presidente do Banco Central Europeu difícil
“É um momento difícil, o presidente relembrou a dramática crise sanitária e seus graves efeitos na vida das pessoas, na economia e na sociedade. A emergência requer soluções à altura. Respondo positivamente à convocação do presidente”, disse Draghi, após se reunir com o chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella.

O presidente apresentou a missão para enfrentar de forma imediata a crise econômica e a pandemia da covid-19, como uma alternativa para a realização de novas eleições.
Draghi deverá constatar se conta com a maioria no Parlamento, uma tarefa indicada como difícil, pois a maior força, o Movimento 5 Estrelas (M5S), que perdeu o governo, já adiantou que não o apoiará, assim como a extrema direita.

Para sair da crise, o presidente italiano optou por um governo que classificou como “de alto perfil e institucional”, encarregado a um técnico, como Draghi, que tem muito prestígio na Itália, e fez um chamado para que todos os partidos que têm cadeira no Parlamento apoiá-lo. Mattarella é o único que, pela Constituição, designa o primeiro-ministro ou dissolve o Parlamento.
O indicado a primeiro-ministro aceitou a incumbência com reservas, como indica o protocolo, e agora terá de negociar com as diferentes legendas, já iniciando as conversas com um pedido de “unidade e diálogo”, para dar “uma resposta responsável e positiva”.

Na Itália, no entanto, o contexto é de intensos embates políticos, o que deverá tornar a missão de Draghi difícil.