Não-cooperação dificulta combate à piratas

Especialistas sugerem cooperação internacional para combater piratas no Golfo da Guiné.

Acções de piratas se deslocam do Corno de África para os mares do Golfo da Guiné. No entanto, especialistas em segurança marítima afirmam que ataques a embarcações diminuíram, mas o número de tripulantes sequestrados aumentou.

Dados indicam que actualmente nove em cada dez sequestros acontecem do outro lado do continente, ou seja, no Golfo da Guiné. A região tem 6 mil km que vai do Senegal a Angola. Em 2019 o número de raptos duplicou naquela região.

O especialista do Escritório Marítimo da Câmara de Comércio Internacional, Cyrus Mody, nega que esteja a ocorrer um aumento de ocorrência de ataques na região, porque elas já ocorrem há anos. Para ele, a diferença nestes últimos anos é que a média passou a reportar mais.

“Provavelmente existem duas razões para isso uma é que o número total de incidentes nessa região é subnotificado de 50% a 60%.

O segundo motivo é que há anos tivemos a questão da pirataria na Somália, que foi abordada pela média porque havia muitos sequestros, pagamentos de resgates muito altos e vários casos de maus-tratos”.

Em Dezembro foram sequestradas quase 40 pessoas em duas embarcações na costa da Nigéria e do Benin, segundo um relatório da autoridade marítima dos Estados Unidos, a MARAD.

Aponta-se como obstáculo a resolução da pirataria marítima a falta de cooperação entre os países do Golfo da Guine, sobretudo quando se fala em águas nacionais e internacionais.

Cada vez que as autoridades de um país têm de perseguir piratas precisam de pedir autorização para penetrar em território marítimo de outro país, o que dificulta uma resposta eficaz e consequentemente a captura.

leave a reply