« O que achas de mim? »
As pessoas costumam guiar suas vidas com base em opiniões ou comentários de outras pessoas próximas. Quando se é consciente de que uma opinião pode ser proveitosa ou não, isso pode não constituir problema. Mas quando nos deixamos levar pelo que os outros dizem ao ponto de não conseguirmos distinguir o que é bom ou mau, podemos estar diante de um problema.
É natural sentir necessidade de ser aceito, e na verdade, é isto que move o ser humano, quer em pequena quer em grande escala. Várias pessoas procuram actuar segundo o que se espera delas, isto para minimizar o risco de decepção.
Em determinadas situações isto pode ser até uma maneira inteligente de agir, mas se não for controlado pode levar o indivíduo à uma perda de identidade. Quando a pessoa necessita de aprovação dos demais para tudo o que faz, ela acaba caindo num problema do qual pode ser difícil de sair.
As consequências disso são duras. A pessoa deixa de viver seguindo seus instintos, deixa de arriscar ou de tentar algo que queira muito, tudo pelo medo do julgamento de que pode vir a ser vítima. E não menos importante do que tudo isso, na busca constante pela aprovação dos outros, a pessoa se inibe de oportunidades da vida e acaba criando situações propícias para a ansiedade e para a frustração.
Aparentemente, a pessoa que busca constantemente aprovação pode torna-se bem-sucedida e bem relacionada. Mas o preço é bastante alto. Nesses casos a pessoa busca sempre impressionar os outros em vez de buscar algo que realmente precise e que lhe faça bem. Com o passar do tempo, vem a sensação de vazio interior e de perda de tempo, porque praticamente nada do seu tempo está sendo investido em algo que realmente importe a si próprio.
Buscar aprovação constante significa, de um modo geral, priorizar o outro à custa da sua individualidade e personalidade. E alguns sinais de que a pessoa busca constantemente por aprovação dos outros são:
*Evitar dar sua opinião por medo de errar ou de represálias;
*Não conseguir dizer não mesmo quando a coisa vá contra seus princípios;
*Preocupar-se sempre sobre o que vão pensar sobre sua aparência;
*Mudar de opinião de forma brusca quando perceber que a maioria pensa diferente;
*Variar as emoções segundo as circunstâncias, ficando feliz com elogios e decepcionado ou triste com críticas.
Uma forma de evitar situações do género é se consciencializar sobre a importância do autoconhecimento, interiorizando que independente do que o mundo pensa, os seus princípios veem em primeiro. Nenhuma opinião externa deve estar acima da sua paz interior ou felicidade, e isso é possível se se dedicar tempo a procurar compreender suas reais necessidades. É importante saber que sempre haverá críticas mesmo que algo seja bem feito, e na verdade, essa é uma das coisas que dão sentido à vida, pois assim conseguimos melhorar certos aspectos sem precisarmos mudar a nossa essência.
O hábito de se comparar aos outros pode ser nocivo. O importante é perceber o valor de cada um como realmente é. A autoconfiança é um dos melhores aliados nesse processo, por isso deve-se dedicar tempo a reconhecer suas próprias potencialidades.
As críticas não devem ser levadas para o lado pessoal. É importante ter maturidade suficiente para saber se são produtivas ou não.
