PR moçambicano pede a líder da Junta Militar da Renamo que se entregue

“Mariano Nhongo deve entregar-se, aderir ao processo de DDR e pode fazê-lo através da via de contacto ao seu dispor. O mesmo digo em relação aos seguidores de Matsangaíssa Júnior. Entreguem-se sozinhos antes que seja tarde”, referiu.

Novo ataque deixa um morto no centro de Moçambique

O chefe de Estado falava em Maputo durante um discurso no encerramento do quinto curso de operações de combate ao terrorismo das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.

Um grupo de dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a autoproclamada Junta Militar da Renamo, tem protagonizado ataques armados que já provocaram a morte de 30 pessoas desde agosto de 2019.

A Junta liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado a 06 de agosto de 2019 entre o Governo e a Renamo.

“As exigências da Renamo foram satisfeitas de acordo com as suas pretensões”, reafirmou hoje Nyusi, dizendo ser o resultado do diálogo do governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) com “as duas últimas gerações de lideranças da Renamo”.

O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, defendeu na última semana que há espaço para diálogo entre o Presidente moçambicano e Mariano Nhongo, depois dos sinais de abertura de parte a parte.

Em outubro, Filipe Nyusi anunciou uma trégua na perseguição à Junta Militar da Renamo, mas tentativas de aproximação para um diálogo fracassaram, com as duas partes a trocarem acusações.

No entanto, no final de dezembro, o antigo líder guerrilheiro anunciava a suspensão de emboscadas e ataques a viaturas nas estradas e aldeias do centro de Moçambique, para permitir o início de negociações de paz com o Governo.

No encerramento do curso dirigido às FDS, Nyusi pediu aos participantes que sejam implacáveis no terreno, numa alusão aos ataques armados em Cabo Delgado, norte do país.

“A vossa tarefa é garantir a implacabilidade do Estado contra todo o tipo de inimigo do povo moçambicano, nacionais ou estrangeiros. Não percam tempo a procurar identificar a origem de cada terrorista abatido ou que se faz presente no teatro de operações: qualquer terrorista, independentemente da proveniência, é vosso alvo”, numa missão a cumprir ” na escrupulosa observância da lei”, disse.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.

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