Primeiro-ministro do Lesotho demite-se sob acusação de assassinato

O primeiro-ministro do Lesotho, Thomas Thabane, anunciou segunda-feira a sua demissão, decisão esta que já era esperada há muito tempo, depois de ter se visto por debaixo de um fogo cruzado de críticas ao nível político e social por suspeitas de envolvimento no assassinato da ex-mulher, em 2017, pouco antes da sua tomada de posse na posição na qual renuncia.

« Decidi anunciar-vos pessoalmente a minha demissão do cargo de primeiro-ministro do Lesotho. Queria que o ouvissem da boca do cavalo », avançou Thabane numa conferência de imprensa havida na sua residência.
No entanto, Thomas Thabane não avan,cou com a data do seu afastamento já anunciado.
O chefe do executivo do Lesotho há quase três anos, tem sido contestado, desde que a justiça levantou a suspeita de que possa estar ligado ao assassinato da sua ex-mulher, em 2017, ocorrido alguns dias antes de tomar posse.
Pressionado pelo seu próprio partido, a Convenção de todos os Basoto (ABC) e a coligação governamental, o primeiro-ministro há muito que tem resistido a deixar o cargo e, até agora, só se comprometeu a sair « até ao final de julho ».
Em Abril, colocou o exército nas ruas da capital, Maseru, para « restaurar a ordem » face aos seus inimigos políticos.
Mas os seus apoiantes retiraram-lhe oficialmente a confiança na semana passada, na Assembleia Nacional, e propuseram a nomeação de um novo chefe de Governo, o atual ministro das Finanças, Moeketsi Majoro.
O anúncio da demissão do primeiro-ministro surgiu após a aprovação oficial da nomeação de Majoro pelo Conselho de Estado e que deverá ser validada pelo parlamento quando este retomar os trabalhos, a 22 de maio.
O Lesotho, um enclave no meio do território da África do Sul, tem uma história política instável, desde a sua independência em 1966, pontuada por golpes militares.